Catequese: Novo ministério vai ser «contributo para renovar comunidades» – Professor Borges de Pinho

Encontro encontro interdiocesano junta catequistas das dioceses de Leiria-Fátima, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Santarém e Setúbal 

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Fátima, 18 fev 2023 (Ecclesia) – O professor Borges de Pinho afirmou hoje que o ministério do catequista pode ser um “contributo importante para a renovação das comunidades”.

“Estamos numa fase da Igreja, e situação do mundo, que exige capacidade de mudança, de renovação, de não nos fecharmos nas ideias adquiridas como absolutas, mas pensarmos na missão: Qual a função da Igreja, para que é que ela existe, o que nos é pedido a quem acredita no Evangelho de Jesus, e como pode isso ser traduzido não apenas em termos pessoais mas também em termos institucionais?”, indagou o conferencista no encontro interdiocesano de catequistas das dioceses da zona centro do país à Agência ECCLESIA.

“O mais importante neste momento é que o ministério de catequista seja percebido nas comunidades, na sua especificidade, nas competências renovadas que poderá ter e na possibilidade de dinamizar a vida da comunidade, não apenas no sentido estrito mas no anúncio, desde o processo de iniciação, à catequese de adultos e a propostas novas que podem ser desenvolvidas”, sugeriu.

Os catequistas das diocese de Leiria-Fátima, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Santarém e Setúbal realizam um encontro interdiocesano de “cooperação, proximidade e colegialidade”, este ano no contexto da instituição do ministério do catequista, após a publicação do Motu Proprio «Antiquum Ministerium» do Papa Francisco, e na receção do documento da Conferência Episcopal Portuguesa «Ministérios Laicais para uma Igreja Ministerial».

“É com muita alegria que assistimos a este passo importante da vida da Igreja que é a instituição do ministério catequista, um chamamento alargado a todos os que exercem este ministério, muito presente nas comunidades cristãs, fundamental sem o qual não se percebe a vitalidade das comunidades”, valorizou à Agência ECCLESIA o responsável pelo setor no Patriarcado de Lisboa.

O padre Tiago concretiza que as dioceses irão encontrar “formas de implementar o ministério do catequista” e que em Lisboa estudam “como critério de ponto de partida” a valorização de “catequistas exemplares”.

“Pessoas ligadas à catequese nas paróquias a quem reconhecemos a sua dedicação total à catequese, na sua configuração eclesial. Se falamos de um catequista na paróquia falamos daquela pessoa em especifico, indiscutível na sua missão e que já desempenham o ministério”, indica.

“Encontramos diversos âmbitos na aplicação do ministério mas é importante valorizar o ministério como tal mas que seja efetivamente valorizado na vida das comunidades e no reconhecimento que as dioceses e as comunidades lhe fazem”, acrescentou.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

O professor Borges de Pinho relaciona a instituição do ministério do catequista com o processo sinodal em curso na Igreja católica, sublinhando ser necessário “também entre os ministros ordenados, sensibilidade e abertura”.

“A grande novidade que o Papa Francisco quer traduzir e impulsionar com este ministério é que os cristãos percebam que a Igreja tem grande ministeralidade ampla, que precisa dela, não apenas de catequistas. Neste momento, este processo de escuta e concretização de experiência, é a verdadeira sinodalidade e é neste contexto que o ministério de catequista pode ser um grande impulso de renovação do que chamo os ministérios pastorais”, indica.

D. José Cordeiro chama a si a missão de catequista, assim como a “todos os batizados”.

“Catequistas somos todos nós, os batizados e que querem viver à luz do evangelho. O bispo é o primeiro catequista, mas os pais, párocos e os milhares de catequistas nas Igrejas locais, chamados a ser testemunhas credíveis da fé”, explicou à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Braga recorda a intenção do Papa Francisco para que se “abandone o sistema escolar na catequese” para privilegiar um “formato existencial, vivencial e celebrativo, vivido na comunidade que acredita e celebra para o poder passar para a vida”.

“O processo sinodal convida a isso: é preciso escutar o espírito na comunidade para viver, não à luz das nossas ideias, mas à luz do Evangelho”, finalizou.

HM/LS

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Agência ECCLESIA

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