Catequese mais ligada à Bíblia

Meio milhar de catequistas reuniram em Fátima, desejando ter crianças e adolescentes mais próximos da Palavra 500 catequistas rumaram a Fátima este fim-de-semana para as Jornadas Nacionais, desafiados a encontrarem na Palavra a força interpeladora para a sua vida. O objectivo é que enquanto catequistas e responsáveis pela formação de crianças e adolescentes, os formandos possam estar, consequentemente, mais próximos da Palavra de Deus e mais experientes na Lectio Divina. Este é o objectivo central das Jornadas que este ano decorreram sob o tema «A Palavra de Deus na catequese». Em cada formação, o Secretariado Nacional de Educação Cristã está atento às solicitações e necessidades de formação que os catequistas sentem. O Sínodo sobre a Palavra, que decorreu em Outubro passado, no Vaticano, “é muito oportuno e vem de encontro às expectativas dos catequistas que sentiam necessidade de eles próprios se confrontarem com a Palavra”, explica à Agência ECCLESIA Cristina Sá Carvalho, do departamento de formação do Secretariado Nacional de Educação Cristã. O primeiro passo é “falar da Palavra ao catequista enquanto pessoa. Se ele vai falar da fé na catequeses, essa mesma fé tem de ser cultivada pessoalmente”, exprime Cristina Sá Carvalho. Foi precisamente este o desafio que o Pe. Joaquim Garrido Mendes, sacerdote Dehoniano quis levar aos catequistas. “A Palavra de Deus sempre ecoou através das palavras de homens, que chamamos profetas”, explica o sacerdote à Agência ECCLESIA. As provocações de Deus destinavam-se a que o povo encontrasse “vida, caminho de felicidade e de realização”. O sacerdote aponta que “quando o homem ignora estas palavras, fatalmente resvala para caminhos de infelicidade, que não deixa a própria pessoa crescer, mas ganha contornos dramáticos na construção social, egoísmo e auto suficiência”. Sobre a dificuldade de perceber a actualidade da Palavra, o Pe. Garrido lembra que os profetas “são pessoas muito concretas, situados num tempo muito próprio”. A provocação profética “continua a ser uma poderosa interpelação pela sua actualidade e simplicidade, para a realidade dos nossos dias. Quando uma pessoa lê e se deixa provocar, acontece o mesmo que acontecia há anos atrás”, frisa apontando que “são sempre questões muito actuais, intimamente ligadas ao concreto do dia-a-dia”. O Pe. Garrido afirma que a mensagem é de uma “actualidade e força espantosa, também pela sua crueza e realismo, mas por falar de realidade profundamente humanas”. Tal como antigamente, hoje há também pessoas que não ouvem. O desafio lançado pelo Pe. Garrido Mendes visa a interpelação pessoal de cada catequista. “Só assim é que podemos tocar os outros com verdade”. O apelo à mudança de atitudes e comportamentos foi apresentado em três aspectos: o amor, a partilha e o serviço. “São três dimensões sempre presentes no nosso caminho que, se completas, constituem uma alteração profunda da existência pessoal”. Esta conversão “ganha implicações no mundo à nossa volta. As instituições podem ser mais ou menos justas mas mudar as instituições sem mudar o coração do homem de nada vale”. A soma das conversões “é que via transformar a realidade”. Cristina Sá Carvalho frisa que a primeira preocupação “é que os catequistas sejam essencialmente cristão maduros e fortalecidos”, sublinhando que apesar das dificuldades organizacionais das paróquias, “há um espírito de renovação e transformação” e esta deve ser a tónica a dominar a formação dos catequistas. Os catequistas estiveram organizados em trabalhos de grupo, na óptica das crianças e adolescentes para, “de acordo com as fases estabelecidas, os catequistas encontrarem formas de, adequadamente, falar com as crianças e adolescentes sobre a Lectio Divina”, explica Cristina Sá Carvalho. Os participantes nas Jornadas Nacionais integraram, no final da formação no Domingo, 25, a celebração nacional do Ano Paulino, no Santuário de Fátima.

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