Catequese: Jornadas Nacionais recordaram centralidade da proposta cristã

Coordenadora do setor destaca projetos que integram pais na transmissão da fé

Fátima, Santarém, 06 out 2014 (Ecclesia) – D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa, afirmou que a catequese “deve e pode ganhar” a outros propostas que os mais novos têm na escola e em casa, como “um sentido para a existência”.

“O grande desafio é ser capaz de acompanhar habitualmente uma criança, um adolescente, um jovem neste processo de encontro e descoberta de Jesus Cristo, porque a catequese perde em termos de técnicas, de manuseamento e de utilização de dispositivos eletrónicos em relação à escola e divertimentos que hoje têm em casa”, comentou o vogal da Comissão Episcopal de Educação Cristã e Doutrina da Fé à Agência ECCLESIA.

O responsável falava à margem das Jornadas Nacionais de Catequistas que decorreram entre sexta-feira e domingo, em Fátima.

D. Nuno Brás alertou ainda que a comunidade paroquial e a família “não podem viver de costas voltadas, mas devem fazer parte do mesmo percurso” de ajuda à descoberta de Cristo.

A coordenadora do Departamento da Catequese do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC) explicou por sua vez alguns projetos destinados a integrar e revitalizar as famílias no processo de transmissão da fé.

“Já temos um processo de catequese familiar, no quarto ano de implementação, onde os pais têm oportunidade de fazer uma catequese de adultos com outras famílias e, depois, têm um papel muito importante na catequização dos filhos em casa”, revela Cristina Sá Carvalho.

Assim as crianças/adolescentes, para além do seu grupo de catequese, também “absorvem, trabalham e acompanham” o desenvolvimento religioso dos pais.

A responsável destaca ainda um processo que considera “mais simples”, e que foi o tema da sua apresentação – Escola Paroquial de Pais – onde estes são convidados a participar em seis reuniões por ano.

“Eles acompanham com os catequistas dos filhos o que é que as crianças estão a aprender, o que é feito em termos de experiência de fé e são convidados a prolongar em casa. Os nossos catecismos têm também em todas as etapas mensagens com reflexão, sugestão de trabalho, que depois é reforçado nestas reuniões”, desenvolveu Cristina Sá Carvalho.

O padre Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, da Arquidiocese de Braga, apresentou o tema ‘Oração e espiritualidade do catequista em missão’ e explicou que a formação destes agentes de pastoral é diferente da “profissional das empresas”.

“Interessa-nos a que me ajuda ou torna disponível para que Deus se forme em mim, ou seja, um homem totalmente transformado por Deus”, sublinha o sacerdote, observando que “a fé acontece em homens e mulheres que vivem na carne, que vivem no mundo” e tem de assumir o “conceito de encarnação” na vida concreta.

O padre Luís Miguel Figueiredo Rodrigues comentou ainda a riqueza que é a diversidade de idades dos catequistas quando estes se reúnem em grupo paroquial porque os mais novos “têm entusiasmo mas não têm experiência” e o mais sénior, que pode não ter a força do jovem, “tem a sabedoria”.

“A riqueza está num grupo de irmão ajudarmo-nos mutuamente. O grupo de catequistas deve fazer a experiência de se encontrar, rezar, e depois o que se ensina não é teoria, é uma experiência e naturalmente sai”, desenvolve.

HM/CB/OC

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