Catequese: Igreja busca «testemunhas» que «contagiem» as pessoas

Irmã Raúla Abreu explica curso intensivo que está a decorrer em Fátima

Fátima, Santarém, 21 ago 2014 (Ecclesia) – Preparar catequistas que sejam verdadeiros exemplos de fé e colaboradores das famílias na educação dos jovens, são os principais objetivos de um curso intensivo que as Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus estão a promover em Fátima.

Em declarações concedidas hoje à Agência ECCLESIA, a irmã Raúla Abreu, superiora da congregação, sublinha que nenhum catequista pode “contagiar” o seu grupo se não viver ele próprio em “intimidade com Deus”.

“Ser catequista não é em primeiro lugar ensinar, é testemunhar a fé, e o ensinamento deve acompanhar esse testemunho”, aponta.

Por outro lado, é fundamental que os catequistas não cumpram a sua missão “sozinhos”, mas sim em estreita ligação com a “família”, esse “é o grande desafio de hoje”.

A irmã Raúla Abreu recorda que “os pais são os principais educadores da fé, e os catequistas só poderão ajudar as crianças e jovens a desenvolverem-se nesse campo trabalhando também com a família”.

“Fala-se muito em catequese familiar, intergeracional, e isto é extremamente importante, porque é complicado conseguir, numa hora de catequese por semana, que esse crescimento na fé aconteça”, sustenta a superiora das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus.

Lançado no dia 17 de agosto, o curso geral para catequistas está a decorrer no Centro Catequético de Fátima ,e até domingo vai combinar a lecionação de duas disciplinas, “pedagogia da fé” e “catequética”, com a realização de diversas atividades práticas.

“Ainda ontem (n.r. quarta-feira) foi feita uma catequese prática com crianças”, adianta a irmã Raúla.

O programa da formação prevê ainda tempo para o convívio entre os participantes e para a oração, sendo que para esta quinta-feira à noite está marcada uma vigília de oração e para amanhã uma celebração mariana.

Estão inscritos no curso intensivo 56 catequistas provenientes de 13 dioceses do país, das mais diversas faixas etárias, sobretudo entre os 20 e os 40 anos.

A irmã Raúla Alves destaca o facto de atualmente muitos dos participantes chegarem já com uma boa preparação de base, com experiência na área do ensino, “alguns professores, outros mais preparados na área informática, vários licenciados ou com mestrados”.

Quando o curso foi criado, em 1978, “isso nem sempre acontecia” pois participavam mais “catequistas de idade, que formação básica não tinham muita”, recorda a religiosa.

Quanto ao número de formandos inscritos no curso, aquela responsável acredita que a crise económica impediu “muitos catequistas de vir”.

Daí que considere que as paróquias deveriam de “apoiar mais os seus catequistas” no acesso a estas atividades, por exemplo através da criação de “um fundo para custear as despesas”.

“É preciso apostar mais na formação dos catequistas”, frisa a religiosa.

JCP

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