Catequese, família e comunidade em debate

Analisar as relações entre a catequese, a família e a comunidade à luz dos catecismos foi o objectivo das Jornadas Arquidiocesanas da Catequese que se realizaram ontem, no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese, em Braga. O encontro, organizado pelo Departamento Arquidiocesano da Catequese e subordinado ao tema “Catequese: Comunidade e Família. Como Concretizar?”, serviu também para avaliar o trabalho desenvolvido pelos catequistas com os seus grupos. O padre Luís Miguel Figueiredo explicou que as Jornadas da Catequese surgiram na sequência do Dia Diocesano do Catequista, assinalado em Setembro. «Nessa altura, lançámos o ano pastoral e convidámos os catequistas a reflectir sobre o papel da família e da comunidade na transmissão da fé», acrescentou. O sacerdote considera que a família continua a olhar para a catequese como um importante espaço de formação. «Tal como a criança ou o jovem vai à escola, vai ao ballet ou aprende piano, vai também à catequese », frisou. Segundo notou, as crianças são inscritas na catequese no mesmo ano em que ingressam na escola. Mas se nos primeiros anos a maioria das crianças frequenta a catequese, a sua permanência a partir do sexto ano é mais problemática. O padre Luís Miguel Figueiredo sublinhou que existem paróquias em que um grande grupo prevalece do primeiro ao décimo ano, mas existem também zonas pastorais que registam muitas desistências por falta de oferta de catequese. Se por um lado algumas famílias se encontram um pouco alheadas da importância da frequência da catequese, por outro existe também «uma grande falta de catequistas». Segundo o último inquérito estatístico anual, realizado em 2006, a Arquidiocese de Braga tem actualmente cerca de 8.500 catequistas. Neste momento, estão a ser encetados esforços para constituir uma base de dados que integre todos os catequistas. Renovação dos catecismos O responsável do Departamento Arquidiocesano da Catequese revelou que a renovação dos Guias de Catequese dos primeiro, sétimo, oitavo, nono e décimo anos deverá estar concluída no próximo ano pastoral. Os restantes só deverão sair daqui a dois anos. Contudo, para o padre Luís Miguel Figueiredo a renovação dos catecismos é «um falso problema». «Estamos todos à espera da renovação dos papéis, do livro do catecismo, como se isso fosse o grande problema da catequese», notou. Para este responsável, a grande aposta deveria ser nos catequistas e não nos catecismos. «A renovação que se está a tentar operar consiste em adaptar a linguagem dos catecismos aos tempos de hoje. Mas se os catequistas não sabem trabalhar o catecismo, se não têm fé, os catecismos de pouco valem», concluiu.

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Agência ECCLESIA

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