Catequese: Diretores e responsáveis refletem sobre a «misericórdia»

Encontro Nacional termina esta quarta-feira com um itinerário teológico/cultural pelo Porto

Porto, 15 mar 2016 (Ecclesia) – D. António Moiteiro, vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e da Doutrina da Fé, assinala que o catequista é quem de um modo “mais próximo” revela o “rosto de Deus que é a misericórdia” aos catequizandos.

“Nós sabemos que na prática os primeiros educadores são os pais, e se queremos falar na Misericórdia é a partir do amor entre o pai e a mãe, que cria laços familiares, que a criança, o adolescente e o jovem pode entender o que é a Misericórdia”, contextualizou D. António Moiteiro, esta segunda-feira, à Agência ECCLESIA.

Contudo, o bispo de Aveiro alertou que muitos pais e famílias “não educam cristãmente” as crianças e a catequese “continua a ser espaço privilegiado” não apenas de encontro com Deus mas também para “revelar as dimensões fundamentais da fé cristã” e a Misericórdia “é a mais importante”.

Na Diocese do Porto, que acolhe o Encontro Nacional de Catequese, intitulado ‘Rico em misericórdia’, o também bispo de Aveiro destacou que a catequese tem a “dimensão de anúncio e dimensão celebrativa” mas também tem de colocar em prática “o anúncio do Evangelho e a celebração da fé”.

“Na catequese é através da ação, da prática que podemos viver a Misericórdia”, observou D. António Moiteiro, referindo que, “é fundamental” que os catequizandos e catequistas percebam a dimensão de um Deus que “se encontra através da Misericórdia” que devem levar à sua “prática na vida do dia-a-dia”.

“Não haverá vida cristã sem Misericórdia e não haverá catequese sem esta consciência de um Deus que me ama, que deu a vida por mim e de um Deus que quero também que seja presença para os que sofrem”, acrescentou o vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e da Doutrina da Fé.

O Encontro Nacional de Catequese é promovido pelo Departamento da catequese do Secretariado Nacional de Educação Cristã e destina-se a diretores e equipas dos secretariados diocesanos da catequese.

Na Casa diocesana de Vilar, a diretora do Secretariado de Educação Cristã do Porto explicou que os catequistas para falarem sobre misericórdia têm tido formação para “fazerem uma experiência forte de encontro com Jesus” que revela o “rosto da Misericórdia do Pai”.

Segundo Isabel Oliveira, a catequese pode “prescindir de muitos meios” que utilizam mas “não pode prescindir” da relação do encontro e da vida comunitária e numa “diocese díspar” é possível ter “experiências significativas de fé”.

“É possível esbater as diferenças pela riqueza do humano e do espiritual que é vivido a nível de toda a diocese”, revelou a responsável, adiantando que no Porto, como é difícil movimentar 14 mil catequistas, vão propor que o jubileu dos catequistas seja vivido em sintonia com o de Roma, entre 23 e 25 de setembro.

O padre Filipe Rosa, da Diocese de Lamego, comentou que hoje, “mais do que nunca”, como qualquer aspeto da vida humana a “formação torna-se pertinente e importante”.

“Os jovens, crianças descobrem muito mais cedo diversos aspetos da vida social e o catequista tem de acompanhar esse ritmo de desenvolvimento”, observou.

O sacerdote diferencia a catequese da sua infância, “do banquinho à volta do catequista”, para hoje da multimédia que “ajuda a ver o rosto de Deus” de outra forma mas alerta que “falta a parte afetiva, carinho, da sua simplicidade”.

O 55.º Encontro Nacional de Catequese termina esta quarta-feira, com um itinerário teológico/cultural pelo Porto intitulado ‘Do limiar da visibilidade ao Invisível onde entre-acontece a misericórdia’.

LFS/CB

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Agência ECCLESIA

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