Castelo Branco: Congregação dos Redentoristas despede-se da cidade 72 anos depois

Bispo diocesano anunciou saída da comunidade religiosa, na lista de nomeações pastorais 2024

Foto: Jornal Reconquista

Castelo Branco, 08 ago 2024 (Ecclesia) – A Congregação do Santíssimo Redentor vai deixar a cidade de Castelo Branco ao fim de 72 anos, anunciou o bispo diocesano D. Antonino Dias, na lista de nomeações pastorais 2024, divulgada no final de julho.

O padre Joaquim Eugénio Lumingo, redentorista, foi dispensado de pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e Arciprestado de Castelo Branco, “pelo facto de a Congregação do Santíssimo Redentor, presente nesta Diocese desde 1952, fechar a sua comunidade religiosa na cidade de Castelo Branco”, pode ler-se no documento.

O bispo de Portalegre-Castelo Branco agradece ao sacerdote a “presença que tantos e dedicados serviços prestou” à diocese.

O padre Nuno Folgado, pároco de São Miguel, São José Operário e Nossa Senhora das Preces, foi nomeado para assumir a paróquia de Nossa Senhora de Fátima (Fradinhos), que iniciou atividade com uma comunidade redentorista.

O novo pároco garantiu que a saída da comunidade de Castelo Branco não vai colocar em causa o funcionamento da paróquia.

“A vida sacramental da comunidade, a vida espiritual da comunidade, a vida humana da comunidade continuará como até agora. Talvez com um bocadinho mais de pontes com as outras comunidades, por passar a ser servida pelo mesmo pároco que serve as outras paróquias da comunidade. Mas a palavra de ordem não será nem o parar, nem o fechar, nem o acabar”, assegurou em declarações ao jornal ‘Reconquista’.

Apesar de a mudança não acontecer antes do final de setembro, o sacerdote realça que a atividade da paróquia, incluindo a catequese, não está dependente desta tomada de posse.

Ainda assim, o padre Nuno Folgado assinala que a saída da congregação trata-se de “mais do que um fim de ciclo”.

“Esta paróquia, ao contrário de outras, começou com uma comunidade redentorista. Era um seminário redentorista, que tinha uma porta virada para a rua e que foi deixando as pessoas entrar e, a certa altura, havia uma comunidade e uma comunidade que, nos anos 90 e 91, passou a ser paróquia”, indicou.

Segundo o sacerdote Nuno Folgado, o “padre não é um motor, o padre é mais um e, portanto, pode ser mudado a meio do caminho”.

O novo pároco destaca a necessidade de capacitar a comunidade, uma vez que “o mundo não está a andar” para um caminho em que a paróquia volte a ter cinco padres.

Sobre o futuro dos Redentoristas, o padre Nuno Folgado fala que “a comunidade será, sobretudo, aquilo que a comunidade quiser ser”.

“Ninguém será posto à margem, ninguém estará a mais, cada um tem o seu lugar e vamos andando e vendo”, sublinhou.

Na lista de nomeações, em que enumerou um conjunto de mudanças, o bispo de Portalegre-Castelo Branco agradece todo o “trabalho e dedicação de quem deixa as responsabilidades pastorais, embora continuem a colaborar na medida das suas possibilidades” e desejou os “melhores êxitos pastorais” aos nomeados.

“Fica em aberto uma ou outra situação que será resolvida logo que possível”, referiu ainda.

LJ

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Agência ECCLESIA

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