Papa conheceu alguns telescópios e instrumentos de estudo utilizados pelo departamento de astrofísica, que estão no interior da residência pontifícia

Castel Gandolfo, 20 jul 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV visitou hoje, no aniversário da chegada do homem à Lua, em 1969, o Observatório Astronómico do Vaticano, situado no interior da residência pontifícia de Castel Gandolfo.
De acordo com a Sala de Imprensa da Santa Sé, o Papa dirigiu-se às dependências do observatório, um dos mais antigos do mundo, conhecido como “Specola Vaticana”, após a oração do ângelus.
Leão XIV encontra-se na residência pontifícia de Castel Gandolfo desde o dia 6 de julho, tendo presidido à oração mariana do ângelus na Praça da Liberdade, situada em frente à casa de verão do Papa.
De acordo com o portal de notícias do Vaticano, o Papa dirigiu-se da Praça da Liberdade aos pontos de observação do instituto astronómico de pesquisa do Vaticano, que fica situado no interior da residência pontifícia de Castel Gandolfo, onde pôde “conhecer alguns telescópios e instrumentos de estudo utilizados pelo departamento de astrofísica”.
A visita do Papa aconteceu no aniversário da chegada do homem à lua, no dia 20 de julho de 1969, com a missão Apolo 11, quando Neil Armstrong, primeiro homem a pisar a superfície lunar, disse a frase “um pequeno passo para um homem, um salto gigante para a humanidade”.
No dia 20 de julho de 1969, cerca de 650 milhões de pessoas assistiram à chegada do homem à lua pela televisão.
Os espaços da residência pontifícia de Castel Gandolfo, a 25 quilómetros de Roma, incluem desde 2016 um polo museológico aberto ao público, onde também era oferecida a possibilidade de degustar os produtos das próprias ‘Villas’, por decisão do Papa Francisco.
O antecessor de Leão XIV preferiu passar todo o verão na Casa Santa Marta, onde residia, e em 2023 instituiu em Castel Gandolfo o ‘Borgo Laudato si’, para o desenvolvimento da educação ecológica.
Durante os dias em que esteve em Castel Leão XIV vai presidir a uma Missa, no dia 13 de julho, na paróquia pontifícia de São Tomás de Villanova, antes de recitar o ângelus, na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma; e a 20 de julho, na Catedral de Albano, preside à Eucaristia dominical, antes da recitação do ângelus, novamente na Praça da Liberdade.
PR
Do início até à actualidade
As origens do Observatório remontam a 1578, quando Gregório XIII erigiu no Vaticano a «Torre dos Ventos» e convidou os jesuítas astrónomos e matemáticos do Colégio Romano a preparar a reforma do calendário, que foi promulgada em 1582. Desde essa altura, o Vaticano apoiou a pesquisa astronómica, tendo sido fundados, com o apoio do papado, três observatórios: Colégio Romano (1774-1878), Capitólio (1827-1870) e «Specola Vaticana» (1789-1821). Foi na continuidade desta tradição, e em resposta às acusações dirigidas contra a Igreja de ser contrária ao progresso científico, que Leão XIII refundou, em 1891, o Observatório do Vaticano, localizado num monte situado perto da basílica de São Pedro. Os colaboradores desta instituição eram originários de diversas ordens religiosas. Com a generalização da luz eléctrica, as noites de Roma tornaram-se gradualmente mais luminosas, dificultando as observações nocturnas. Por este motivo o Papa Pio XI determinou que o observatório fosse transferido para a residência de Verão dos pontífices, em Castel Gandolfo, a cerca de 25 quilómetros a sudeste de Roma. Confiadas aos jesuítas, as instalações começaram a funcionar nos anos 30 do século passado, sendo dotadas de dois novos telescópios e de um laboratório para análise espectroquímica. Devido ao crescimento de Roma e dos seus arredores, o céu de Castel Gandolfo tornou-se mais brilhante, pelo que em 1981 foi fundado um segundo centro de pesquisa em Tucson, Arizona, Estados Unidos. A parceria com o Observatório Steward, da Universidade do Arizona, possibilita o acesso dos astrónomos do Vaticano a todos os telescópios geridos por aquela instituição. Os dois Organismos terminaram em 1993 a construção do «Telescópio Vaticano de Tecnologia Avançada», primeira etapa de um projecto que prevê a edificação de alguns dos maiores e mais sofisticados equipamentos astronómicos do mundo. O «site» do Observatório considera que a localização destes aparelhos, no Monte Graham, é “provavelmente” a melhor dos Estados Unidos continentais.”
Uma instituição aberta ao exterior A «Specola Vaticana» desenvolve as suas pesquisas em colaboração com institutos da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Finlândia, Itália, Lituânia, África do Sul, Estados Unidos, entre outros. O Observatório também acolhe cientistas que colaboram nas investigações em curso. De dois em dois anos, a sede de Castel Gandolfo organiza uma escola de Verão, que, durante um mês, recebe 25 estudantes de várias partes do mundo. Além do relatório anual, que é distribuído a cerca de 400 institutos, o Observatório publica a revista «Studi Galileiani», sobre as pesquisas em torno dos estudos de Galileu e Copérnico. O financiamento deste Organismo é assegurado pela Santa Sé, mas os programas especiais, como os que estão a ser realizados nos Estados Unidos da América, contam com as contribuições de amigos e benfeitores, através da Fundação do Observatório Vaticano.
Nova sede em Castel Gandolfo A nova sede do Observatório Astronómico do Vaticano, conhecido como a “Specola”, foi inaugurada no dia 9 de setembro de 2009 em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, pelo Papa Bento XVI. Na cerimónia inaugural, o director do centro, o jesuíta argentino José Gabriel Funes, disse que o objectivo do novo Observatório Astronómico é “estar na fronteira da Igreja” e “em diálogo com o mundo da ciência e da cultura”. “Estamos na fronteira da Igreja, em diálogo com o mundo da ciência e da cultura. Por um lado, estamos muito contentes por estar perto do Papa e da Santa Sé, já que somos um observatório confessional. Por outro, dialogamos e colaboramos com cientistas e astrónomos de outras religiões, de outras culturas e com aqueles que não acreditam em Deus”, afirmou Funes à Rádio Vaticano. Durante 70 anos, o Observatório ficou no interior do palácio que é residência de férias dos pontífices. Em cada andar era guardada uma parte dos materiais e documentos. A biblioteca, por exemplo, ficava nos dois últimos andares do edifício. Além de uma colecção de meteoritos, este espaço guarda cerca de vinte e dois mil volumes, com obras de Copérnico, Galileu, Newton e Kepler, entre outros. O laboratório e as fotografias de observações feitas entre 1895 e 1979 eram guardados no piso térreo, onde também eram ministradas as aulas da «Escola de Verão». Já as salas dos jesuítas responsáveis pela «Specola» estavam entre o segundo e o último andar. |