Casos de abuso sexual descredibilizam a Igreja

Afirmou Bento XVI no encontro com os Bispos da Inglaterra, Gales e Escócia

Bento XVI defendeu este Domingo que os escândalos de abusos sexuais de menores por parte de membros do clero católico “minam seriamente a credibilidade moral dos líderes da Igreja”.

Falando aos Bispos da Inglaterra, Gales e Escócia, neste dia 19 de Setembro, o Papa falou no “vergonhoso abuso de crianças e jovens por padres e religiosos” e nas “profundas feridas” que esse comportamento causou.

O pensamento de Bento XVI dirigiu-se “em primeiro lugar, e sobretudo”, para as vítimas, mas também destacou os efeitos destes casos nas “relações de confiança existentes entre os padres e o povo, entre os padres e os seus bispos, entre as autoridades da Igreja e as pessoas”.

Após reconhecer os esforços empreendidos pelos Bispos para “remediar esta situação” e “lidar adequada e transparentemente com as alegações que surgiram”, o Papa pediu que sejam retiradas as necessárias lições.

No discurso proferido no seminário de Oscott, Birmingham (Inglaterra), Bento XVI admitiu que os Bispos lidaram  de “formas muitas vezes desadequadas” com todas estas situações, no passado.

“A vossa crescente consciência  da extensão do abuso de crianças na sociedade, dos seus efeitos devastadores e da necessidade de oferecer um apoio adequado às crianças deve servir como um incentivo a partilhar as lições que aprendestes com a comunidade, no seu todo”, observou.

Na conclusão da sua visita de quatro dias ao Reino Unido, o Papa deixou votos de que a Igreja faça “reparação por estes pecados” e parta ao encontro “das crianças que continuam a sofre abusos, noutros locais”.

Antes deste discurso, Bento XVI já tinha abordado o tema dos abusos em duas intervenções, manifestando a sua “profunda dor” perante o acontecido, e manteve um encontro privado com cinco vítimas, na Nunciatura Apostólica, em Londres.

Perante os Bispos da Inglaterra, Gales e Escócia, o Papa quis ainda aludir à crise financeira, apelando a uma maior “generosidade” dos católicos britânicos, e à “urgente necessidade de proclamar novamente o Evangelho num ambiente altamente secularizado”.

Pediu ainda que seja dada prioridade “aos pobres e necessitados, aos doentes e idosos, aos não-nascidos e aos abandonados”.

Bento XVI foi saudado pelo Cardeal Keith O’Brien, presidente da Conferência Episcopal da Escócia, e o Arcebispo Vincent Nichols, líder da Conferência da Inglaterra e Gales, que manifestaram a sua gratidão pela presença e as palavras papais.

O Papa passou por Edimburgo, Glasgow, Londres e Birmingham, de 16 a 19 de Setembro, na sua 17ª viagem ao estrangeiro, a primeira visita de Estado de um Papa ao Reino Unido.

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Agência ECCLESIA

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