Casais devem ser os primeiros apóstolos da família

Repto de D. Jorge, na missa de São João O Arcebispo de Braga exortou ontem os casais a serem «os primeiros apóstolos da família», seguindo o exemplo de São João Baptista, na afirmação da sua fé em Cristo. «Os casais católicos, à semelhança de São João Baptista, não devem ter vergonha de assumir a doutrina que professam», afirmou D. Jorge Ortiga, na homilia da missa campal de São João, celebrada no recinto do Parque da Ponte. O espaço encheu-se de fiéis, que, por momentos, se alhearam da algazarra que se vivia na Avenida da Liberdade. O prelado aproveitou a significativa concentração de pessoas na cerimónia religiosa para apelar às famílias que estejam atentas ao que se passa em seu redor e «sejam apóstolas de outras famílias», não ficando indiferentes «às leis que não estão em concordância com a doutrina da igreja». «É no campo da família onde os cristãos têm de mostrar a diferença», reagindo ao «facilitismo e ao relativismo» que se vai evidenciando um pouco por todo o lado, referiu o Chefe da Igreja bracarense, insistindo que «a família tem de ser uma comunidade de educação, de valores e de princípios morais». «Vemos que há uma sociedade que se vai construindo à margem de Cristo», perante a qual temos de nos manter «fiéis à nossa identidade de cristãos, sobretudo em família», salientou D. Jorge, considerando que «a família é o património por excelência da sociedade». O prelado notou que «é preciso ter consciência de que é urgente trabalhar pela família» e desafiou os fiéis a aceitarem «o compromisso apostólico pela causa da família». Procissão encerrou festas nas ruas de Braga A Procissão dos Santos do Mês de Junho encerrou, ontem, o programa de rua das Festas de S. João de Braga. Milhares de pessoas assistiram ao cortejo religioso que integrou nove andores e centenas de figurantes representando vários quadros referentes à vida de S. João Baptista e a outros santos católicos. Álvaro Magalhães Eram 18h00 e, com uma pontualidade “britânica”, a procissão começou a dar os primeiros passos, saindo da Sé Catedral. Ao longo do trajecto da procissão – já habitual de outros cortejos religiosos da Semana Santa e da solenidade do Corpo de Deus – centenas de milhar de pessoas acotovelavam- -se e tentavam apreciar tanto os diversos andores com as imagens não só dos “santos populares” (Santo António, S. Pedro e S. João) como de outras veneráveis figuras da Igreja Católica como Nossa Senhora do Sameiro, S. Paulo entre outros santos. Centenas de figurantes – vulgarmente designados de “anjinhos” – povoavam o espaço entre andores. A maioria destes figurantes eram crianças, contudo, também alguns jovens e adultos vestiram as roupagens de santos ou de outras figuras bíblicas para testemunharem a sua fé. No Largo do Paço, o Orfeão de Braga aguardou pela passagem do andor de S. João para lhe dedicar um cântico alusivo às festividades em sua honra. Antes do início da procissão, já o orfeão tinha actuado no mesmo local, mostrando-se às várias centenas de pessoas que atravessavam a congestionada Rua do Souto. Cerca de meia hora antes da procissão sair da Sé Catedral, pelas ruas por onde o cortejo religioso iria passar, já não era possível encontrar um palmo de parede livre para alguém se encostar dado que as pessoas ocuparam as melhores posições para poderem observar o desfile. As artérias ficaram cercadas de gente e, por vezes, tal era a pressão dos populares que a procissão sentia alguma dificuldade em passar. Ao contrário do silêncio que impera noutras procissões, como por exemplo, na Procissão do Enterro do Senhor, na Semana Santa, a procissão de ontem viveu um espírito religioso mais “descontraído” que indigou alguns cristãos mais piedosos e devotos de rituais mais silenciosos.

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