Caríssimos sacerdotes da Igreja Particular de Viseu, o Ano Pastoral que agora iniciamos é um belo presente de Deus que quero viver e vos convido a acolher, em ação de graças, vivendo-o com alegria e entusiasmo e ajudando todos os cristãos da nossa Igreja a descobrir as riquezas que lhes são dadas a conhecer, a amar e a viver. Vivendo-o com esta abertura alegre, agradecida e cooperante, seremos cristãos missionários, testemunhando Jesus Cristo Ressuscitado, presente entre nós na Palavra, na Eucaristia e nos irmãos que, connosco, partilham as alegrias, as tristezas, as esperanças e as angústias do nosso tempo.
2012-2013 é o Ano da Fé. Num mundo secularizado e onde tudo nos parece querer mostrar a ausência de Deus e o Seu silêncio, a Fé é gramática que nos ensina a ver a Sua Presença e a escutar a Sua Palavra, uma e outra sentidas, vistas e escutadas nas opções de todos os que se chamam cristãos. Os 50 anos do início do Concílio Vaticano II e os 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica são 2 Acontecimentos importantes e atuais, na Igreja que celebra e vive a história da salvação.
Esta mesma Igreja celebra, em Viseu, o 3º ano de um Projeto de renovação e de reestruturação, procurando encontrar e percorrer caminhos evangélicos de fraternidade e de corresponsabilidade, de mãos dadas com todas as pessoas de boa vontade, vivendo “em comunhão para a missão”, aberta aos novos desafios dos tempos presentes e futuros. Este ano é uma bela oportunidade de darmos um lugar nobre à Fé que se torna Graça para ser Vida nova na Igreja que nos cabe tornar comunhão visível para a missão, aberta à presença do Reino, predispondo-a à escatologia.
Neste Ano da Fé 2012-2013, celebrando os 50 anos do Vaticano II e os 20 anos do Catecismo e continuando a celebrar, a viver e a fazer o Sínodo Diocesano, vamos celebrar o Domingo como o convite semanal a estarmos “Juntos na FÉsta”. Depois de tomarmos consciência de que muitos batizados da nossa Igreja Particular de Viseu deixaram de celebrar o Domingo, queremos revalorizar este dia da páscoa semanal, convidando todos, em família, a viver o Domingo como o Dia da Festa que se torna Sacramento de salvação na Assembleia Litúrgica.
É, assim, a todos vós, caríssimos Sacerdotes da nossa Igreja de Viseu – a todo o nosso Presbitério – que eu quero dirigir esta Carta. Desenvolvo o seu conteúdo em 3 pontos fundamentais, tendo em conta os temas que integrei neste Ano Pastoral 2012-2013: Ano da Fé (Concílio e Catecismo), Sínodo Diocesano e Plano Pastoral. É uma divisão meramente pedagógica e para abordar estes diversos itens, pois o Plano Pastoral quer e procura fazer esta unidade e síntese e quer motivar-nos na concretização de todos eles. Em cada ponto, tocarei a nossa identidade e vocação, como Sacerdotes e como Presbitério e tocarei a nossa missão, como pastores e agentes especiais na vida da Igreja chamada a revelar, a celebrar e a testemunhar Jesus Cristo – principal Fonte e Centro da FÉsta dos cristãos, convidados a anunciar esta FÉsta a todas as pessoas de todas as nações.
1. Ano da Fé – Concílio e Catecismo
1.1. A nossa formação de Pastores
Somos Padres do Concílio. A nossa Igreja é a do Concílio. As intuições e as linhas fundamentais descobertas, refletidas, votadas e aprovadas no Vaticano II são os sinais orientadores no caminho da Igreja que, sem cortes e sem saltos, quer estar com e para as pessoas de cada tempo e ser, para todas, proposta de salvação. As 4 Constituições fundamentais, todos os Documentos do Concílio e todos os Documentos posteriores do Magistério da Igreja são fontes de formação na e para a nossa ação pastoral. Um destes Documentos posteriores é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos e que apresenta uma síntese, sistemática mas dinâmica, da Fé da Igreja – a Igreja de Jesus Cristo. Na nossa Igreja de Viseu, o estudo das grandes Constituições (Lumen Gentium, Dei Verbum, Gaudium et Spes e Sacrosanctum Concilium) tem sido programa obrigatório.
Aproveitar as reuniões arciprestais para completar o estudo pessoal e para tornar este estudo capaz de aplicação na ação pastoral é objetivo e método fundamental para valorizar, pastoralmente, estas reuniões e para, em comunhão e na mesma missão eclesial, sermos agentes dinamizadores e construtores do projeto sinodal.
Neste ano 2012-2013, temos as propostas feitas para este estudo pastoral em grupos de sacerdotes, de acordo com os Arciprestados atuais ou os arciprestados em estudo (a aprofundar e a decidir no Sínodo). Estas propostas passam pela Constituição Litúrgica Sacrosanctum Concilium, juntamente com outros subsídios sobre a liturgia (Cartas Apostólicas sobre o Domingo e sobre a Eucaristia, de João Paulo II) e pelo Catecismo da Igreja Católica. O apoio dos Secretariados Diocesanos da Pastoral Litúrgica e da Educação Cristã e do Secretariado do Sínodo serão muito importantes para a organização e acompanhamento deste estudo.
1.2. A nossa missão de Pastores
Se, com os leigos, somos batizados e seguidores de Jesus Cristo – o Bom Pastor – para eles somos pastores que Jesus chama e que a Igreja pede que o sejamos segundo o Coração de Deus. Está na missão dos pastores a indicação do caminho a seguir e a formação para o seu percurso, de modo a que todos se sintam iluminados pela luz que vem de Jesus e do Seu Evangelho. Devemos considerar 3 níveis de formação dos leigos, tendo em conta a sua vida cristã e a sua atividade de agentes na ação pastoral.
O primeiro nível é a paróquia, o conjunto de paróquias (vizinhas e com o mesmo pároco) ou a Unidade Pastoral (a estudar e a decidir no Sínodo). Neste nível, acolhem-se, escutam-se e orientam-se todos aqueles (batizados ou não) que, por qualquer motivo, procuram a Igreja. Ninguém deve partir sem a consciência de que a Igreja tem uma proposta acolhedora e feliz para ele, ainda que não seja a que procura, pede ou gosta. Igualmente, a mesma atenção e zelo pastoral para com todos os batizados que pedem os Sacramentos e outros serviços da Igreja, preparando-se bem aqueles que assumem tarefas e ministérios no serviço paroquial. Iniciação Cristã e Iniciação Eclesial devem ter aqui o seu lugar natural. A preparação e o acompanhamento de todos para momentos especiais das suas vidas (batismo, crisma, casamento) e para tarefas próprias de responsabilidade (educadores da fé – pais e padrinhos, catequistas, etc.), deve fazer-se neste âmbito de comunidades próximas e vizinhas.
O segundo nível é o arciprestado. Aqui planeiam-se e programam-se os objetivos, as etapas e os meios da pastoral para todas as diferentes comunidades, tendo em conta o Plano Pastoral da Diocese e as realidades próprias das comunidades abrangidas. Formam-se os líderes da ação pastoral, nos diversos setores da vida eclesial (profética, litúrgica, social e administrativa), que serão os animadores e os agentes de formação nas comunidades a que pertencem. Todas estas ações arciprestais devem incluir os sacerdotes, os diáconos permanentes e os leigos mais capacitados, segundo as áreas específicas, bem como a colaboração dos consagrados, onde os houver.
O terceiro nível é a diocese. Neste nível, devem existir escolas e meios de formação que capacitem todos aqueles que querem e podem desenvolver os seus conhecimentos ao serviço da Fé, da formação integral e da ação pastoral, com uma exigência superior e mais profunda e alargada. A organização destas escolas e dos respetivos meios deve ser da responsabilidade dos Secretariados Diocesanos a trabalhar em comunhão, com a colaboração dos Movimentos, segundo a área ou o setor em que se incluam e de acordo com a incidência do Plano Pastoral, com as necessidades ocasionais ou com as urgências que se verifiquem.
Neste Ano da Fé, propõe-se o estudo da Constituição Sacrosanctum Concilium e outros subsídios litúrgicos durante o 1º trimestre, de acordo com a proposta do Secretariado do Sínodo. Depois do Natal, propõe-se que se estude a 1ª Parte do Catecismo da Igreja Católica – “A Profissão da Fé” – com metodologia proposta pela equipa arciprestal em cada um dos arciprestados, seguindo as sugestões e propostas que forem apontadas pelo Secretariado-Geral do Sínodo. Neste Ano da Fé, é de absoluta necessidade estudar a Fé que está contida no Credo Apostólico e que, tantas vezes, os cristãos não sabem interpretar e, até mesmo, dizem não professar.
2. Sínodo Diocesano
2.1. Os Pastores
O Sínodo Diocesano não é um interregno na história da nossa Diocese nem faz um compasso de espera no caminho que somos chamados a percorrer em união com o Santo Padre e na comunhão com todas as outras Igrejas irmãs. Entrámos em Sínodo para sermos uma Igreja a viver esta comunhão, neste lugar onde vivemos – Igreja Particular de Viseu – e sermos uma Igreja atenta aos desafios do nosso tempo e à solicitude que devemos ter para com as pessoas, nossas contemporâneas.
A partilha de informações e de experiências sobre o andamento do Sínodo nas paróquias do arciprestado deve ser uma constante na agenda de todas as reuniões arciprestais. O planeamento de ações locais, tendentes a motivar e a agilizar o trabalho dos grupos sinodais com mais dificuldades deve ser uma constante preocupação.
Para isto, preparar e organizar encontros periódicos com os Animadores e os Secretários dos grupos são formas de não permitir que alguns desanimem perante os problemas normais que vão surgindo e de sentirem o acompanhamento próximo e interessado dos seus pastores.
Estas ações sinodais, ainda que os grupos sejam paroquiais, devem conjugar-se no âmbito arciprestal. Servem para ilustrar a função e missão do Sínodo – construir uma Igreja que vive a/em comunhão – e motivar os grupos num nível mais alargado que o da paróquia.
2.2. Os Pastores na ação pastoral
Neste ano 2012-2013 o Sínodo diocesano passará da sua fase preparatória – pré-sinodal – à fase sinodal, propriamente dita. Esta iniciar-se-á com a publicação do Regulamento, com a Convocatória dos elementos sinodais e com o Inquérito a fazer a todas as pessoas que vivem na nossa Igreja Particular. Este início da 2ª fase acontecerá na próxima Quaresma.
Como sempre foi dito, seria muito difícil aos párocos acompanharem todos os trabalhos de todos os grupos, ainda que alguns o procurem fazer. Parabéns por este trabalho de presença, de zelo e de solicitude que tantas consequências positivas trará para a ação pastoral de cada comunidade. Porém, ainda que não possam estar presentes em todas as reuniões, é absolutamente necessário que os párocos reunam com os animadores e secretários dos grupos sinodais das suas paróquias e os ajudem, incentivem e motivem para o trabalho que lhes é pedido, sempre disponíveis a darem razões para a esperança.
Uma ajuda, necessária e até decisiva para o bom êxito do trabalho e o entusiasmo dos animadores, é o apoio na leitura e boa compreensão dos textos em estudo. Concretamente o entendimento, claro e simplificado, das questões que surgem nos textos. Quando os animadores estão por dentro do que lhes é pedido, fazem tudo com mais gosto e sentem-se mais reconhecidos pelos outros elementos do grupo.
Pela relação mais próxima desta Constituição Litúrgica com a vida diária dos cristãos, pela sintonia que apresenta com o Ano da Fé e pela necessidade de valorizarmos o Domingo e a sua prática em família, peço o maior e melhor empenhamento de todos os párocos para que tudo façam em ordem a terem o maior número possível de grupos sinodais a trabalharem neste ano pastoral. Ainda que não tenham começado já e não tenham estudado os outros 3 Documentos, é hora para iniciar agora. Será, também, a melhor forma de preparar, proximamente, o lançamento do Inquérito Sinodal – início do Sínodo propriamente dito.
3. É Domingo! Juntos na FÉsta
3.1. O Domingo na vida dos Sacerdotes
Viver o Domingo é, para o Sacerdote, assumir a sua identidade e razão de ser na configuração com o Bom Pastor, enquanto agindo “na pessoa de Cristo Cabeça” para a santificação do Povo de Deus, reunido por e em Jesus Cristo. O Sacerdote é ordenado para a Eucaristia. Está aqui a grande diferença entre a graça do Sacramento da Ordem dos Padres e dos Bispos (uns e outros ordenados para o sacerdócio – com a presidência da Eucaristia) e o Sacramento da Ordem dos Diáconos (ordenados para o ministério, “em nome de Cristo servo e diácono”).
O sacerdote vive o Domingo presidindo à Eucaristia que faz a Igreja, congregando e santificando o Povo de Deus, “na pessoa de Cristo Cabeça”. Não atua como “funcionário” de alguém, mas “na pessoa” de alguém. “Na pessoa” de Alguém que está presente e “na pessoa” de Quem o sacerdote acolhe, preside, orienta, forma, alimenta, revigora (…), configurando-se com Jesus Cristo – o Sacerdote, o Altar e a Vítima.
O Domingo é, para o Sacerdote, o dia do seu sacerdócio, no qual ele se consagra, se oferece, se dá e se reparte para o bem do Povo que lhe está confiado. Porque o que dá e o que celebra não é ele próprio, o sacerdote precisa de viver de Jesus Cristo, alimentando-se da Palavra e do Pão que é chamado a consagrar para ser distribuído à sua comunidade reunida e ser “enviado” a todos os que não vieram e precisam dele. Neste ano, importa revigorarmos a relação com os doentes, pela visita regular e pelo Sacramento da Reconciliação, ajudando a que os Ministros Extraordinários da Comunhão e os Diáconos Permanentes façam o resto – levando-lhes o Domingo (Palavra e Eucaristia) a casa.
Como quem celebra o Domingo para congregar a Comunidade, o sacerdote deve celebrá-lo como a Festa dos cristãos, a Festa da família, a Festa do amor de Deus Pai que Se entrega em Jesus Cristo para a salvação de todos e que, pelo Seu Espírito, os santifica na verdade.
Como pastor que aceita unir-se a Jesus Cristo – o Bom Pastor – o sacerdote deve poder dizer também: conheço ainda muitos outros paroquianos que não estão com Jesus Cristo. Importa que eu vá, lhes anuncie a Sua Palavra e os leve ao encontro do Seu amor para que possam ouvir a Sua voz e encontrar um sentido novo para a sua vida.
A Eucaristia é a maior força da comunhão quando e se ela significa, concretiza e realiza a comunhão dos diversos ministérios e estes se tornam agentes de transformação da Igreja e de toda a ação dos cristãos em força de instauração do Reino de Deus. Quando isto acontece, celebrar a Eucaristia é viver, estar e partir “em comunhão para a missão”, instaurando o Reino e apelando à “nova Terra e novos Céus”.
3.2. O Domingo na Comunidade Cristã
Festa da Fé, Festa da Família, Eucaristia, Assembleia e Domingo – 5 expressões que transmitem o essencial da vivência festiva e comunitária dos cristãos. Se a estas expressões juntarmos a piedade pessoal e a religiosidade popular, vividas nas devoções, peregrinações e presenças nos santuários e nas romarias religiosas (também ao Domingo), temos um conjunto de valores que nos desafiam a formar, orientar e consciencializar os cristãos, promovendo e qualificando a sua participação ativa, consciente e festiva nas Assembleias Eucarísticas dominicais e no exercício dos diversos ministérios litúrgicos.
Convido a que os sacerdotes e outros agentes da ação litúrgica tenham em muita conta o texto do Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica, publicado no Plano Pastoral 2012-2013 (pp. 7-16), bem como a reflexão e propostas apresentadas pelo mesmo Secretariado (ibidem, pp. 20-23). Temos muito a fazer, todos nós, para que os espaços litúrgicos e as condições existentes melhorem a participação e permitam a beleza e a nobreza das celebrações dominicais. Mesmo sabendo e atendendo aos limites de cada lugar, alguma coisa poderemos fazer para que, quem preside, o faça bela e dignamente e quem participa o faça ativa, atenta, consciente e comodamente.
Para que este ano seja, na nossa Diocese, um autêntico passo em frente na valorização do Domingo e no traduzir, prática e frutuosamente, o tema do nosso Plano (É Domingo! Juntos na FÉsta), precisamos de ter uma atenção especial à catequese da família. Atrevo-me a pedir mesmo – e sem receio – atenção à catequese familiar, a começar pelas creches, jardins de infância e preparação para a 1ª comunhão. Sobretudo nas instituições da Igreja (IPSS), faço apelo a que não deixemos de iniciar o uso destes meios importantíssimos – “Despertar Religioso” e “Catequese Familiar” – já agora apoiados por manuais e outros subsídios acessíveis. As atividades complementares entre catequese familiar, catequese paroquial, celebrações dominicais e muitas outras atividades, criativa e pedagogicamente preparadas e criteriosamente sugeridas, ajudarão a que a família esteja “junta na FÉsta” e a sentir-se corresponsável – como primeira implicada – na formação dos seus membros.
Peço ao Secretariado Diocesano da Educação Cristã que envide todos os esforços, pedindo ajuda aos diversos especialistas conhecidos e com trabalho já realizado, divulgado e conhecido, que venham ensinar, motivar e apoiar este nosso desejo.
Igualmente peço ao Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar para que tenha este objetivo – formação familiar – assente e centrado, sobretudo, no Catecismo da Igreja Católica (1ª Parte – A Profissão da Fé). A Fé, vivida em Jesus Cristo presente, como Mestre e Alimento na Eucaristia, será a raiz e a fonte da Festa e da Comunhão, a viver e a testemunhar os valores do amor, da unidade, da entrega, da fidelidade, da estabilidade, da partilha, da gratuidade e da alegria.
E que pedir, nestes tempos difíceis, ao Secretariado Diocesano da Pastoral Social e aos seus diversos Departamentos e Organismos? A Fé sem obras é vazia; o Domingo é o dia da solidariedade e da comunhão; a Eucaristia é a vivência da comunhão numa Assembleia que parte e reparte o pão para a vida do mundo; a semana do cristão é o Domingo traduzido e vivido na prática do amor fraterno. A redescoberta do sentido fraterno e solidário do Ofertório Eucarístico é um desafio à nossa criatividade e um apelo à consciência solidária e justa dos nossos cristãos.
Porém, na comunhão sinodal a que somos chamados e na celebração do Domingo que nos congrega, como cristãos convocados por Jesus e como Igreja chamada à missão, todos os Secretariados diocesanos são chamados a construir esta comunhão. O Secretariado Diocesano da Animação Missionária lembra-nos a nossa missão como Igreja – a Evangelização. Partimos da Eucaristia como enviados a viver o amor fraterno e a torná-lo fonte de conversão e de testemunho. A vida dos cristãos ou evangeliza ou aumenta o indiferentismo dos não praticantes e o número dos não crentes. Uma coisa que o laicismo não vence nem sequer ataca é a força do testemunho. E quanto bem pode fazer o Secretariado Diocesano da Comunicação Social, criando uma rede de proximidade e transmitindo, com alegria, uma imagem real, positiva e autêntica de uma Igreja que vive, sabendo as suas dificuldades mas acreditando no Seu Senhor que tem Palavras de vida eterna e é Caminho, Verdade e Vida.
Temos, ainda, o Secretariado Diocesano das Vocações, da Juventude e do Ensino Superior – o secretariado que caminha com aqueles que querem olhar o presente e abraçá-lo, preparando o futuro. A família e o Domingo são referências para aqueles a quem o Papa convida a criar relações que sejam elos de ligação a Jesus Cristo, a Quem vale a pena escolher e seguir. É na adultez e na maturidade desta opção e deste seguimento que os membros da CIRP e os do Secretariado Diocesano do Clero são convidados a viver e a celebrar o Ano da Fé, certos de que o seu testemunho é um “vinde e vede” que muitos outros precisam de ouvir e de experimentar para se encontrarem com o Senhor do Domingo.
CONCLUSÃO
Caríssimos Padres da Igreja de Viseu e meus irmãos no mesmo Presbitério, é para o Domingo e para presidir à Assembleia Eucarística que, em primeiro lugar, fomos ordenados, tornando presente Jesus Cristo que age e salva pela Sua Palavra e pela Sua Graça, atuadas no anúncio da Boa Nova e nos Sacramentos confiados à Igreja. É agindo “na Pessoa de Cristo Cabeça”, presidindo à Comunidade, que muitos nos procuram e que muitos nos pedem que lhes mostremos Jesus. É configurados com o Sumo e Eterno Sacerdote e Bom Pastor que nós revelamos, a todos, os mistérios profundos que a Fé nos permite ver e aceitar como os desígnios do amor infinito do Pai, revelados em Jesus Cristo que Se torna Homem connosco e Salvador para todos nós.
O Ano da Fé é oportunidade maravilhosa para nos confrontarmos com a nossa vocação e a nossa missão, vistas como dons e graças da misericórdia e do amor de Deus em Jesus Cristo, vividas na Igreja e para a realização da missão que Jesus trouxe do Pai e confiou à mesma Igreja. Somos chamados a aprofundar as verdades e os conteúdos da Fé que nos faz sentir amados pela Santíssima Trindade e chamados a partilhar todas as Suas riquezas e belezas que nos são prometidas no Batismo, sacramento que nos introduz na eternidade, onde a Ressurreição nos insere para vivermos a plenitude da vida.
O Sínodo Diocesano que estamos a viver quer contar com a nossa disponibilidade de cristãos e de sacerdotes, membros de uma Igreja que, neste lugar, seja a expressão da comunhão trinitária e da missão evangelizadora para viver e transmitir a todos, todas as promessas reveladas por Jesus Cristo e confiadas também a nós, pela Igreja.
Um Bom Ano, saboreando e vendo como o Senhor é bom, sentindo-nos, com alegria e gratidão, Seus discípulos e Seus missionários, para glória de Deus nosso Pai.
Post Scriptum
Parabéns aos jubilados
Neste próximo ano, temos alguns Colegas e nossos irmãos no Presbitério que celebram o seu jubileu sacerdotal – 50 e 25 anos. Quero, desde já, felicitá-los e prometer-lhes a minha oração e unidade, na amizade e na comunhão com Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote e Bom Pastor. Também peço a todos os outros irmãos no sacerdócio que os tenham presentes, na estima e na oração. Na próxima Quinta-feira Santa tê-los-emos connosco, no dia do sacerdócio, renovando o nosso SIM a Jesus Cristo e na Igreja.
Celebram os 50 anos:
– Pe. Álvaro Dias Arede
– Pe. António Baptista Lopes
– Pe. António da Costa Ferreira de Carvalho
– Pe. António de Sousa Fernandes
– Pe. António Martins Correia
– Pe. José dos Santos Quinteiro Lopes
– Pe. Manuel Cardoso Júnior
Celebram os 25 anos:
– Pe. Manuel Moreira de Matos
– Pe. Mário Lopes Dias
– Pe. Raimundo Elias Filho
Viseu, 1 de setembro do Ano da Fé – 2012-2013
Ilídio, convosco irmão na Fé e no Presbitério e bispo de Viseu