Cáritas vai ajudar famílias da Ilha de Faro

Mau tempo tem impedido pescadores de saírem para a faina

A Cáritas Diocesana do Algarve vai ajudar 26 famílias de pescadores residentes na Ilha de Faro que se encontram numa difícil situação, agravada pelo mau tempo que se tem vindo a verificar há semanas um pouco por todo o país e que, também no Algarve, tem impedido os homens do mar de saírem para a faina.

Com as barras algarvias sucessivamente fechadas devido às condições climáticas adversas, os pescadores e as suas famílias estão privados da única fonte de subsistência explica o presidente da Cáritas algarvia, lembrando a coincidência desta solicitação ocorrer em plena Semana Cáritas que se prolonga até ao dia 7 de Março.

Carlos Oliveira adianta que a organização católica foi contactada pela Câmara de Faro, através do Departamento de Acção Social, que até agora tem vindo a apoiar estas famílias que têm uma média de três elementos por agregado familiar.

“A Câmara Municipal solicitou a nossa ajuda, procurando saber até que ponto é que seria possível o fornecimento de alimentos àquelas pessoas”, relata aquele responsável, explicando que, “como a Cáritas não pode fornecer alimentos através do PCAAC (Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados) porque aquele apoio já tem famílias determinadas, decidiu, através dos fundos próprios, atribuir senhas Ticket Alimentação para aquelas famílias se poderem abastecer nos supermercados”.

Ticket Alimentação é uma campanha, lançada a nível nacional, que fornece a famílias e pessoas carenciadas vales para compras, consoante o valor dos mesmos seja financiado nas Cáritas Diocesanas.

Na prática, os interessados em ajudar os mais pobres, dirigem-se às Cáritas Diocesanas e entregam o valor correspondente a um ou mais vales, cujo valor unitário pode ir dos 5 aos 15 euros, adquirindo em troca o respectivo recibo de donativo. Posteriormente, as pessoas carenciadas dirigem-se às Cáritas Diocesanas para receberem então os vales já financiados com os quais poderão fazer as suas compras de géneros alimentares em super e hipermercados aderentes, cuja lista está disponível em www.ticket.pt

O presidente da Cáritas algarvia assegura que estas famílias da Ilha de Faro, que vêm os seus problemas agravados com a presente situação, são precisamente casos de pobreza envergonhada “porque têm alguma vergonha de vir buscar os alimentos às instituições”.

No entanto, e porque os Ticket Alimentação “não chegaram para todos”, Carlos Oliveira adianta que houve necessidade de recorrer a outros recursos provenientes da “dádiva das pessoas que no ano passado contribuíram para ajudar a Cáritas, sobretudo através do Peditório de Rua”.

O presidente da Cáritas apela então ao contributo dos algarvios no peditório de rua que hoje se inicia e se prolonga até dia 7 de Março, reconhecendo que o apoio da instituição à famílias da Ilha de Faro “não é suficiente”. “É um apoio para assistir às famílias apenas durante os próximos dias. Esperemos que o mar acalme para as pessoas poderem fazer a sua vida normal, até porque também não temos capacidade para estar a apoiar sine die”, disse.

Madeira

Sobre a campanha de apoio à Madeira Carlos Oliveira adiantou que tem havido “significativas ofertas”, sobretudo ao nível de bens.

“Há um hotel que se prontificou para fazer uma doação de atoalhados e tem havido, da parte de algumas pessoas, contributos financeiros. Todos os dinheiros que vêm para a Cáritas Diocesana serão reencaminhados para a conta da Cáritas Portuguesa que os fará chegar ao Funchal, tendo a certeza de que esses dinheiros e bens serão utilizados com toda a fidelidade”, disse, acrescentando que a resposta à campanha tem sido geograficamente “restrita”. “Centra-se muito mais na população de Faro e arredores, se bem que algumas pessoas têm enviado cheques para a Cáritas de outras zonas do Algarve”.

Samuel Mendonça

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Agência ECCLESIA

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