Durante três dias, membros das Cáritas diocesanas estiveram reunidos o Centro Apostólico do Sameiro, Braga, para reflectirem sobre as iniciativas a desenvolver no auxílio aos mais necessitados no Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social. “Só com a sabedoria evangélica e caminhos de esperança, estes organismos eclesiais responderão aos malefícios da globalização e às novas formas de pobreza que nascem, frequentemente, nas comunidades paroquiais” – salientam as Conclusões do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa de Fevereiro de 2010
A maioria das dioceses está sensibilizada para esta problemática e elencaram-se várias iniciativas: candidatura a projectos, workshops, parcerias com entidades civis, jornadas de reflexão, realização de actividades de rua, exposições, publicação de subsídios sobre esta temática, acções de formação sobre Doutrina Social da Igreja e promoção de actividades lúdicas.
As Cáritas diocesanas mobilizaram-se para divulgarem a petição contra a pobreza, no âmbito da campanha «Acabar com a Pobreza já!». Foi divulgado também o site desta iniciativa e dos vários materiais de apoio.
Neste mundo desestruturante, o “trabalho silencioso, mas bem visível, das Cáritas têm um papel importante para que o ser humano seja o protagonista, o centro e o fim de toda a vida económico-social”. “A macrocaridade ou a caridade organizada é fulcral para a diminuição das desigualdades sociais” – lê-se no documento final.
Descobrir uma estratégia para a multiplicação dos grupos paroquiais “é um trabalho de paciência”. No entanto, os representantes assumiram que “é fundamental operacionalizar no terreno concreto as convicções que norteiam as direcções diocesanas” – revelam as conclusões.
A realidade actual vive “uma crise sistémica e não apenas económica”. Segundo o conferencista, José Magalhães, a situação atingiu “uma magnitude que não dá para continuar esta civilização”. Depois de apresentar as desigualdades existentes e a encruzilhada civilizacional no mundo, o membro da Cáritas Brasileira alertou os representantes portugueses para “os pilares que ajudarão a destruir o mito do consumo e a diminuir a pobreza que aumenta constantemente”.
Numa sociedade onde “os gestores de topo ganham mais num dia do que alguns agricultores num ano”, a Igreja reconhece “o labor e a pedagogia que a Cáritas imprime nas suas acções: ajuda os cristãos a descobrir os múltiplos géneros de pobreza, fomenta o voluntariado e concilia a solidariedade com a justiça”.
Como, no próximo mês de Maio, Portugal irá receber Bento XVI, a Cáritas Portuguesa irá, com ajuda de outras entidades, “publicar opúsculos sobre o pensamento social do Papa”. Estes subsídios deverão conter “pistas de reflexão que ajudarão a motivar os agentes sociais na sua caminhada profética”.
Durante os trabalhos do Conselho Geral da Cáritas – presidido por D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social – ocorreu uma catástrofe no Chile. Desde logo e através do seu fundo de emergência internacional, a Cáritas disponibilizou “50 mil Euros para as vítimas chilenas e está fraternalmente unida com aquele povo do continente americano”.
Os representantes da Cáritas Diocesana do Funchal relataram os acontecimentos vividos pelos habitantes daquela ilha e os rastos de destruição causados pelo temporal. Foram disponibilizados, imediatamente, 25 mil Euros e continua aberta a conta no Montepio Geral «Cáritas Ajuda a Madeira». As Cáritas Diocesanas foram sensíveis aos apelos da sua congénere madeirense e “estão empenhadas na angariação de bens para a população atingida. Este ritmo de perturbações da natureza deve-se ao mau uso da Criação. Uma afirmação que justifica também os acontecimentos no Haiti e no Chile. O ser humano não tem cuidado como devia da natureza” – lê-se no documento final