Cáritas: Fórum europeu debateu desafios levantados pela pobreza

Secretário-geral sublinha importância de melhorar serviço à sociedade

Setúbal, 03 jul 2014 (Ecclesia) – O principal objetivo do Fórum de Desenvolvimento Institucional da Cáritas Europa foi  "partilhar as linhas de trabalho” que cada uma “desenvolve institucionalmente” e melhorar a formação, revelou hoje em Setúbal Jorge Nuño Mayer, secretário-geral da Cáritas Europa.

“Todas as Cáritas servem os pobres, em todos os países e as pessoas em situações de pobreza merecem o melhor e que a Cáritas se adapte aos tempos. Que os técnicos e voluntários sejam cada vez melhores formados e é o que estamos a debater aqui, como oferecer melhor formação”, disse Jorge Nuño Mayer à Agência ECCLESIA.

Segundo o secretário-geral da Cáritas Europa, no Fórum de Desenvolvimento Institucional que se concluiu hoje, estão também a debater formas de conseguirem “fundos para este trabalho tão necessário” e as diferentes Cáritas, “mais de 30 organizações” presentes, estão a partilhar as suas experiências.

Jorge Nuño Mayer revelou também preocupação com uma Europa onde vários países têm problemas económicos e políticos, problemas de conflitos armados, “como a atual Ucrânia”, ou crises humanitárias originadas pelas “inundações recentes na Bulgária e em maio na Sérvia e Bósnia Herzegóvina”.

“Em todas as situações a Cáritas está presente e por isso necessitamos melhorar a nossa resposta, a nossa coordenação europeia para ajudarmo-nos uns aos outros”, adiantou.

O secretário-geral da Cáritas Europa revelou que a nível europeu estão a acompanhar a guerra na Síria e o conflito no Iraque através da Cáritas locais ou de países próximos, como é o caso da Cáritas Jordânia, país que recebe “milhões de refugiados sírios”.

“Às vezes surpreendo-me quando escuto países europeus a discutir como socorrer 500 ou 100 refugiados sírios e a Jordânia, um país mais pobre que muitos países europeus, está a socorrer milhões de refugiados sírios e já têm a responsabilidade de milhões de refugiados palestinianos”, revela o responsável que admira o trabalho realizado pela Cáritas local.

“A Igreja está presente através da Cáritas e também dos seus sacerdotes e das suas irmãs para servir aos mais necessitados”, destacou ainda Jorge Nuño Mayer.

A Cáritas Espanha também está presente no Fórum e Francisco Prat explicou que estão a tentar trabalhar em diversas áreas como o emprego, a habitação ou um salário mínimo para todos, em concreto “pelos direitos das pessoas”.

“Esse é o trabalho que estamos a fazer e a atender diretamente as pessoas, as famílias mas também a reclamar junto das autoridades públicas – espanhola, europeia e local – que respeitem-se e sejam garantidos os direitos básicos de todos os cidadãos”, acrescentou à Agência ECCLESIA.

O responsável assinala também que “o grande problema” em Espanha, como em Portugal e outros países, “é o desemprego” e a forma escolhida para “tentar enfrentar a saída da crise”: “Com políticas de austeridade que estão a fazer que o mercado do emprego seja muito mais baixo, de pior qualificação, de pior qualidade”.

Para Francisco Prat estas políticas fazem com que Espanha tenha “o segundo maior índice europeu de desigualdade” e como consequência a criação de “uma sociedade mais desigual”.

HM/CB

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