Solidariedade: Exemplo de D. Óscar Romero inspira ação social da Igreja

Cáritas Portuguesa assinala memória litúrgica do futuro santo

Lisboa, 24 mar 2018 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa lembra hoje o exemplo de justiça pelos mais frágeis do beato D. Óscar Romero, a denúncia de opressão e violência sobre os mais pobres em El Salvador.

Assassinado há 38 anos, celebra-se hoje no país onde viveu e faleceu a sua memória litúrgica, celebração que vai passar a ser universal quando, ainda este ano, o Papa Francisco declarar D. Óscar Romero, patrono da Cáritas, santo, passando por isso, a ser digno de culto público universal e apresentado como exemplo de santidade.

Numa sociedade “marcada por desigualdades sociais” D. Óscar Romero não fechou os “ouvidos aos clamores” do Povo e assumiu “o sofrimento dos mais pobres”, assinala um comunicado assinado pelo presidente da instituição de ação social da Igreja católica, enviado à Agência ECCLESIA.

“Só fez o que a sua missão de Bispo exigia e nunca por razões de ordem política de matriz marxista, como fizeram querer os seus adversários que tudo fizeram para o amedrontar com várias ameaças”.

A denúncia das situações de “opressão e violência” em El Salvador não foram caladas apesar da “consciência de que a sua vida corria perigo”.

“Foi assassinado a 24 de março de 1980, em plena celebração eucarística. Hoje, é lembrado pela sua ousadia nas palavras e nos atos, mas, sobretudo, pela sua fé e grande amor aos mais frágeis”.

Enquanto beato o seu culto público é ainda diocesano mas, assinala a Cáritas Portuguesa, com a canonização a acontecer este ano importa evocar a sua memória, propor o seu exemplo cristão, apontar a dignidade humana, que teve na origem da ação do arcebispo de El Salvador, entre 1977 e 1980, e a “defesa da justiça” em favor “dos mais vulneráveis”.

“É esse também o desígnio da Cáritas em Portugal, que tem procurado cumprir na denúncia de tudo o que fragiliza o respeito pela dignidade humana e na apresentação de propostas às entidades apropriadas para se conseguir maior coesão social. Essas propostas não têm sido acolhidas, mas, como Óscar Romero, não desistiremos”, indica Eugénio Fonseca.

A causa de beatificação de Oscar Arnulfo Romero, cujos restos mortais jazem na catedral da capital salvadorenha, iniciou a sua fase diocesana em 1994, que foi concluída em 1996.

O processo foi então apresentado ao Vaticano, no mesmo ano, e em 1997 foi recebido por Roma o decreto por meio do qual a causa era oficialmente aceite como válida.

A beatificado como “mártir” da fé católica aconteceu a 23 de maio de 2015.

OC/LS

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Agência ECCLESIA

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