Cáritas: Estratégia para promover emprego

Organização católica apresenta estudo que pretende favorecer inclusão social e desenvolvimento local

Lisboa, 18 jun 2013 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa apresenta hoje em Lisboa um estudo “para a promoção do emprego e a dinamização do desenvolvimento local” onde propõe a aposta na agricultura e nas profissões tradicionais como meio de inclusão social.

No documento, enviado à Agência ECCLESIA, a organização católica presidida por Eugénio Fonseca salienta que o projeto foi desenvolvido com a “recolha de melhores práticas através de benchmarking, estudos de casos e audiência de públicos localmente empenhados no combate à pobreza e exclusão social”.

Este trabalho procura contribuir para a busca de melhores soluções para o “bem-estar social” das populações, que nos últimos anos tem vindo a ser cada vez mais ameaçado – em 2011, o risco de pobreza no país estava nos 18 por cento.

 “Na realidade nos últimos 20 anos sucederam-se planos e programas europeus, nacionais e municipais que integraram objetivos de inclusão social e combate à pobreza, quase sempre sem uma cultura de avaliação dos programas anteriores, de modo a compreender a sua dinâmica e a eficácia ou ineficácia de seus resultados”, refere a Cáritas, que aponta para a necessidade de “tornar as pessoas excluídas em protagonistas do seu processo de inclusão”.

De acordo com aquela entidade, “impõe-se uma visão inovadora de abordar cada problema social, uma resposta à medida da pessoa em situação de vulnerabilidade, qualquer que esta seja, e a ruptura com uma acção assistencialista, dinamizando a participação/protagonismo no processo de recuperação da própria pessoa objeto de apoio”.

Além de uma política que favoreça o regresso às profissões tradicionais, como por exemplo a serralharia e a carpintaria, o trabalho do organismo ligado à Igreja Católica elege também como áreas prioritárias para a dinamização social e do emprego a “economia ambiental” e o “setor branco”, ligado à saúde e à assistência social.

No primeiro caso está em causa a aposta em “empregos de colarinho verde, como a reparação e reutilização de materiais, o paisagismo, a agricultura orgânica e trabalho nas energias renováveis”.

Já no que diz respeito à área da saúde e da assistência social, o estudo realça que “o envelhecimento da população tem criado cada vez mais oportunidades, e para as empresas de inserção, que criam empregos na prestação de serviços para quem tem menos competências ou deficiência física ou mental”.

A Cáritas sublinha também a importância da aposta na “economia social e no empreendedorismo (com estratégias de criação de auto-emprego, do fomento de micro-entidades, ligadas a serviços sociais e outros sectores que pelas suas características podem oferecer respostas a novos desafios da sociedade”.

Ao seguir por esta via, o Estado estará a criar “novas formas de resposta a necessidades sociais reais, com uma capacidade de mobilizar recursos não disponíveis, nem nas empresas privadas, nem nos serviços públicos”, sustenta a organização. 

A apresentação do estudo está marcada para as 14h30 no auditório da sede do Banco de Portugal, Largo de São Julião, em Lisboa, inserida no Seminário: A Economia Social, o Emprego e o Desenvolvimento Local, que a Cáritas Portuguesa está a promover esta terça-feira.

Entre os diversos responsáveis políticos e sociais presentes no evento, destaque para a participação do ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, do ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, e do diretor-geral da Comissão Europeia para o Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, Koos Richell.

JCP

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