Cáritas do Algarve ajudou vítimas das cheias

Depois das ajudas motivadas pelos estragos dos incêndios, a solidariedade da Igreja algarvia voltou a manifestar-se no terreno, desta vez por causa dos danos causados pelo excesso de água com as cheias dos primeiros dias de Novembro. A Caritas Diocesana do Algarve associou-se às paróquias de São Bartolomeu de Messines e São Marcos da Serra para socorrer as famílias vitimadas pelas intempéries deste chuvoso outono. ajuda da instituição algarvia traduziu-se no fornecimento de mobiliário das casas de duas famílias do sítio da Azilheira, junto à fronteira com o Alentejo, uma das localidades mais atingidas pela destruição das águas. Foi adquirido o mobiliário completo de vários quartos e também alguns móveis guarda-louças no valor de 4000 euros. Por seu lado, também as duas comunidades paroquiais se mobilizaram, depois de um apelo do pároco, em torno de uma campanha que rendeu 2500 euros. Foram ajudados um casal, que para além de dois filhos menores de 1 e 4 anos, vivem também com a avó materna e uma senhora viúva que vive com o seu filho solteiro e que constitui o sustento da família. O apelo para a Caritas partiu do pároco local, o padre Augusto de Brito, que após conhecer os estragos que houve, percebeu que aquelas famílias “tinham ficado sem o essencial para viverem”. “Ficaram praticamente sem nada”, recorda o sacerdote relatando o “amontoado de roupas e mobílias estragadas com mais de 2 metros de altura” que viu quando chegou ao local da tragédia. Após o apelo para a Caritas Diocesana, o padre Augusto de Brito informou os paroquianos que o peditório dominical reverteria a favor das duas famílias atingidas e a solidariedade não se fez esperar. O sacerdote testemunha que os ofertórios das celebrações desse dia “superaram, de longe, os das festas” locais. No entanto, já mesmo durante a calamidade a solidariedade se tinha feito sentir, mas em sentido inverso. “Foi muito bonito o gesto dos populares da Azilheira que telefonaram para os restantes habitantes da freguesia de São Marcos a avisar que ia a caminho uma grande cheia”, salienta o padre Augusto Brito, assegurando que o alerta “possibilitou que, no centro da povoação, se tivesse precavido alguns haveres”. Já com o nível das águas de volta à normalidade, o sacerdote relata ainda a ajuda entre todos os moradores quando o trabalho era de limpeza. “Todas as povoações na zona ribeirinha da freguesia de São Marcos tiveram grandes prejuízos. Morreram muitos animais domésticos. Em Messines também houve prejuízos muito grandes junto ao rio Arade, mas não tão fortes como em São Marcos”, elucida o pároco. Também Carlos Oliveira, presidente da Caritas algarvia recorda que após a sua visita ao local atingido ficou não só comprovado os estragos da intempérie, mas também os rendimentos mínimos das famílias atingidas e adiantou que a verba investida foi “fruto da generosidade da população algarvia que anualmente contribui para o peditório anual da Caritas”. A propósito deste gesto de solidariedade aquele responsável recordou uma citação do Papa Bento XVI na encíclica ‘Deus Caritas est’: “a caridade cristã é, em primeiro lugar, simplesmente a resposta àquilo que, numa determinada situação, constitui a necessidade imediata…. As organizações caritativas da Igreja, a começar pela Caritas, devem fazer o possível para colocar à disposição os correlativos meios e sobretudo homens e mulheres que assumam tais tarefas”. O padre Augusto Brito recorda ainda a surpresa dos beneficiados perante a celeridade do apoio garantido. “As pessoas não esperavam que a Igreja tivesse uma capacidade de resposta tão rápida”, constatou.

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