Lisboa, 02 mar 2013 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa celebra este domingo o seu Dia Nacional, encerrando também o peditório público que se iniciou quinta-feira para angariação de fundos que revertem para as respostas sociais da organização católica.
“Reconhecendo as dificuldades por que passam todas as famílias portuguesas o apelo à participação neste peditório é também um apelo a um gesto de solidariedade e de cidadania”, assinala o organismo, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Ao longo do ano 2012, a Cáritas Portuguesa registou um aumento das “situações de emergência social” na ordem dos 60%.
Segundo registos internos da instituição, mais de 56 mil famílias solicitaram apoio à instituição em 2012 e, a nível individual, foram declarados mais de 158 mil pedidos de ajuda em território nacional.
Para o presidente da organização católica de solidariedade e ação humanitária, “a causa principal dos problemas de Portugal é, sem dúvida, o desemprego”, que segundo dados apresentados na sexta-feira pelo Eurostat atingiu o valor recorde de 17,6% no primeiro mês de 2013.
“A Cáritas não cruzará os braços no que estiver ao seu alcance para aliviar o desemprego. Não queremos gerir a pobreza dos pobres mas libertar os pobres da pobreza”, disse Eugénio Fonseca à Agência ECCLESIA.
A Cáritas Portuguesa escolhe como tema para o seu Dia Nacional de 2013 a expressão ‘Fé comprometida. Cidadania ativa’.
O presidente da Comissão Episcopal responsável pela Pastoral Social escreveu uma mensagem para esta celebração na qual alertou para a necessidade de os católicos portugueses terem uma presença “interventiva” para enfrentar a atual crise económica, propondo um “novo modelo de sociedade”.
“Os sinais que os tempos nos oferecem interpelam-nos, pedem a nossa responsabilidade, exigem o nosso compromisso. Como cidadãos e cristãos nunca poderemos alhear-nos das condições de vida das pessoas e dos problemas da sociedade”, escreve D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga.
A Cáritas Portuguesa está a assinalar desde domingo sua semana nacional, com várias ações locais, para além da recolha de donativos.
O peditório envolve cerca de cinco mil voluntários, devidamente autorizados e identificados, presentes nas ruas, espaços comerciais e paróquias de todo o país; em 2012, a iniciativa angariou cerca de 300 mil euros.
A Cáritas Portuguesa foi distinguida em dezembro de 2012 com o Prémio Direitos Humanos da Assembleia da República pela sua intervenção de “resposta sempre presente aos pedidos de assistência dos cidadãos que não têm possibilidades de garantir as suas necessidades básicas”.
OC/RJM