Esperar pelo Estado é «engano irresponsável», diz presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social
Lisboa, 13 fev 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal responsável pela Pastoral Social da Igreja Católica referiu hoje que “esperar tudo do Estado” para a garantia de condições de vida condigna é um “engano irresponsável”.
D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, fala em “graves situações de desencanto e de rutura verdadeiramente alarmantes” que exigem “um caminho diferente do passado, optando claramente pelo bem comum”, sem perder de vista “o destino universal dos bens do mundo”.
Essa resposta, assinala, deve fazer face a um “crescente desemprego” que gera e agrava “ambientes amargos nas famílias e na sociedade”, bem como ao “isolamento dos idosos”, que conduz à solidão extrema “na própria morte”.
“Muitas famílias de todas as idades, particularmente as suas crianças, não conseguem prover às suas necessidades básicas”, alerta na mensagem para o Dia Nacional da Caritas, que vai ser celebrado a 11 de março.
A iniciativa tem este ano como tema ‘Edificar o bem comum – tarefa de todos e de cada um’.
“A solidariedade mais profunda radica em cada pessoa e em toda sociedade, nas suas múltiplas relações de corresponsabilidade, começando pelas relações de proximidade”, observa o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana
Segundo o prelado, o dia da Caritas deve levar os cristãos a desenvolver “uma forte consciência social e a intensificação das atividades solidárias”.
Neste sentido, aponta três linhas de ação às quais considera que não tem sido prestada a devida atenção: a existência de grupos de ação social em todas as paróquias; o tratamento estatístico dos casos sociais acompanhados; a intervenção junto dos poderes públicos, sempre que necessário.
D. Jorge Ortiga acrescenta que as comunidades devem ser formadas para uma “cultura de responsabilidade pelos outros”: “Ninguém é estranho na vida do cristão e muitos problemas deixariam de existir se as respostas acontecessem em termos de proximidade”.
Sobre a Caritas, organização católica para a solidariedade e ajuda humanitária, o arcebispo de Braga refere que esta tem, diante de si, uma “responsabilidade enorme de ação e animação para a resposta imediata, e de fundo, a problemas inadiáveis”.
“Que este ano de austeridade gere uma maior consciencialização pelo bem comum, com a vontade expressa de o edificar quotidianamente e em todos os lugares, por todos e por cada um”, conclui a mensagem.
OC