Instituição lançou campanha de Natal, centrada na habitação
Braga, 21 nov 2023 (Ecclesia) – A Cáritas Arquidiocesana de Braga denunciou esta segunda-feira a crise habitacional na cidade.
Segundo a organização católica, um número crescente de pessoas tem recorrido à instituição com dificuldades em pagar rendas ou encontrar casas a preços acessíveis.
“Mesmo trabalhando, há pessoas que já não conseguem fazer face às despesas de habitação. Apostamos em programas de empregabilidade acreditando que o trabalho seria o fator principal na autonomização de quem está em situações de vulnerabilidade, mas estas enfrentam problemas estruturais, como a habitação, para os quais não temos solução”, afirmou Eva Ferreira, diretora técnica da Cáritas de Braga.
Na apresentação da campanha “10 milhões de Estrelas – Um Gesto Pela Paz” da Arquidiocese de Braga, o presidente da instituição, João Nogueira, revelou que muitos dos pedidos de ajuda que recebem se relacionam com a habitação, que este ano é o foco da iniciativa.
“A habitação tem sido, de facto, o foco de maior procura. Estamos a falar de famílias nacionais, migrantes, de pessoas sem-abrigo, desempregados”, destacou João Nogueira.
Uma porção (65%) das verbas angariadas pela venda de velas destinam-se para o apoio à habitação, sendo que o restante valor (35%) tem como fim o apoio a microprojetos de ecologia integral nos países lusófonos, através da Cáritas Internacional.
De acordo com a diocese de Braga, só este ano, de janeiro a outubro, a Cáritas Arquidiocesana já registou cerca de 30 mil euros para colmatar despesas relacionadas com a habitação (rendas, despesas fixas, água, luz e gás).
“Os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs com os seus valores e defeitos, como todos nós, e é importante estabelecer uma relação pessoal com cada um deles”, referiu o presidente da Cáritas de Braga, que resgatou a mensagem do Papa Francisco, no Dia Mundial dos Pobres, adianta a instituição.
Atualmente, a Cáritas Arquidiocesana de Braga apoia oito pessoas através dos seus apartamentos partilhados e acolheu, em 2023, 83 migrantes na Estrutura de Acolhimento Temporário.
LJ/OC