Cáritas: cimeira do clima tem de passar aos actos

«Os pobres não podem esperar mais», sublinha organização da Igreja Católica

Começou esta Segunda-feira em Cancún a conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, com o objectivo de dar novo impulso à luta contra o aquecimento global.

O último encontro, realizado há um ano em Copenhaga, saldou-se por um acordo que visava limitar o aumento da temperatura no planeta a dois graus centígrados, embora não se tivessem estabelecido os meios para atingir essa meta.

Ao contrário do que aconteceu em 2010 na capital dinamarquesa, não são esperados chefes de Estado ou de Governo para assinarem a declaração final, pelo que os acordos serão assumidos ao nível ministerial.

A Cáritas Internacional exortou os representantes dos mais de 190 países esperados na cidade mexicana até 10 de Dezembro a realizarem progressos sobre o financiamento de adaptação à mudança climática, tendo também apelado à assinatura de um acordo com força jurídica.

“Os pobres não podem esperar mais”, sublinha a organização da Igreja Católica, que lamenta o facto de o encontro de Copenhaga não ter disponibilizado as verbas necessárias para que as nações mais carenciadas pudessem adaptar-se às alterações no clima e reduzir as emissões poluentes.

“Os países desenvolvidos devem respeitar o compromisso que consiste em dedicar 100 biliões de dólares ao financiamento anual de longo prazo até 2020. Estes fundos devem ser afectados de maneira transparente, reflectir as prioridades nacionais e locais e ajustar-se à ajuda pública e ao desenvolvimento”, refere uma nota da Cáritas.

O texto apela aos países desenvolvidos para reduzirem as emissões de gás com efeito de estufa em mais de 40% até 2020, comparativamente aos níveis de 1990, assegurando ao mesmo tempo que a temperatura do planeta não exceda 1,5 graus centígrados em relação aos “níveis pré-industriais”.

O documento assinala igualmente que as nações mais evoluídas devem contribuir para que “os esforços dos países em desenvolvimento que procuram limitar o crescimento das suas emissões de gás com efeito de estufa recebam a ajuda financeira e tecnológica necessária”.

Portugal vai estar representado na conferência com uma delegação de técnicos, à qual se juntará a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, e o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, que participam na cimeira dos governantes.

Com Lusa

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