Maria do Rosário Carneiro coordena equipa de trabalho que vai apresentar propostas aos responsáveis nacionais da organização católica
Lisboa, 26 jul 2012 (Ecclesia) – O grupo de trabalho criado pela Cáritas para estudar as questões do envelhecimento em Portugal quer criar uma “bolsa de ideias” que reúna necessidades e recursos disponíveis nas várias estruturas da Igreja Católica relativamente a esta realidade.
Coordenado pela ex-deputada Maria do Rosário Carneiro, o grupo vai apresentar hoje a alguns dirigentes nacionais e diocesanos da organização católica um conjunto de propostas, para serem dinamizadas em projetos piloto “quer a nível paroquial, quer a nível nacional, com incidência também internacional”, revelou esta responsável em declarações ao Programa ECCLESIA (RTP 2), a transmitir no programa desta quinta-feira.
A iniciativa surge no quadro do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações, que se assinala desde janeiro.
A primeira ideia apresentada por Rosário Carneiro é a de “colocar em rede as capacidades disponíveis, com algum alvará de experiência – pelo menos 20 anos – e que possam encontrar, a nível nacional e internacional, empresas que necessitem dessas competências específicas”.
Pessoas de diversas áreas de formação têm vindo a trabalhar nestas questões e sublinham a necessidade de compreender se as paróquias católicas “correspondem às necessidades das pessoas”.
Estas comunidades podem servir de “ponto de convergência”, potenciando os recursos disponíveis para responder às carências efetivamente detetadas.
Outra proposta passa pelo reforço da dimensão formadora, para que se ajudem as pessoas a perceber que “o envelhecimento é algo natural na vida de todo o indivíduo”.
Neste contexto, procura-se a “formação de mediadores”, mais do que a criação de novas estruturas ou materiais, adianta Rosário Carneiro.
A terceira prioridade, refere a coordenadora, é a “integração das parceiras” e sensibilizar a comunidade para “trocar ideias em comum”, uma “riqueza tremenda” que pode levar à “criação de postos de trabalho”.
O programa proposto pelo grupo da Cáritas deve chegar à internet, de forma a chegar a um maior número de pessoas e recolher novas perspetivas, para além de convidar à identificação e divulgação de “boas práticas”.
Todo o projeto, acrescenta a ex-deputado, procura também a criação de equipas intergeracionais.
Ainda este ano, o grupo de trabalho prevê uma iniciativa nacional centrada no envelhecimento em contexto prisional.
O Parlamento Europeu e a Comissão Europeia declararam 2012 como o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações, para “promover uma cultura de envelhecimento ativo na Europa, convocando valores europeus como a solidariedade, a não discriminação, a independência, a participação, a dignidade, o cuidado e a autorrealização das pessoas idosas”.
PTE/OC