Cáritas avalia projectos de apoio às populações no Sudeste Asiático

Organização católica junto das vítimas do maremoto de 2004

Uma equipa da Cáritas Portuguesa partiu esta segunda-feira para o Sudeste Asiático, numa missão que tem como objectivo avaliar os projectos de apoio às populações afectadas pelo tsunami de 2004, financiados com o dinheiro dos donativos oferecidos pelos portugueses.

“O principal objectivo é avaliar a execução dos projectos apoiados através da campanha solidária que na altura lançámos, em cooperação com a Rádio Renascença, para ajudar as populações vítimas do tsunami. Vamos ver o que está concretizado, e escolher novos projectos a apoiar com o dinheiro que ainda resta”, explica Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas, que chefia esta missão que tem como destino a Índia e o Sri Lanka.

Entre 27 de Dezembro de 2004 – o dia seguinte ao tsunami que na altura provocou cerca de 230 mil mortos – e o final de Março de 2005, a campanha angariou mais de 4 milhões e 900 mil euros. Até agora foi aplicada quase 60% dessa verba, e a instituição estima ter ajudado desde então mais de 30 mil pessoas em 4 países.  

O presidente da Cáritas explica que, desse dinheiro, “7% foi aplicado em ajuda de emergência logo nos dias seguintes”, seja em medicamentos, hospitais de campanha, kits de cozinha e higiene, e ainda alimentação.

Da restante verba já aplicada, 73%, ou seja, mais de 2 milhões de euros, foram para a reconstrução ou construção de habitações em países como a Índia, o Sri Lanka e a Indonésia. Ao passo que mais de 500 mil euros foram usados para financiar projectos de apoio às populações, para que pudessem retomar a curso normal das suas vidas.

Entre os chamados “projectos de rendimento” contam-se, por exemplo, a compra de quase 60 barcos e redes para apoiar as populações piscatórias no Sri Lanka, na Índia e na Tailândia. E ainda a construção de um centro comunitário na cidade indiana de Pondicherry, onde mais de mil pessoas receberam cursos de formação profissional.

São estes projectos, desenvolvidos pelas Cáritas locais com os fundos que vieram de Portugal, que os elementos da Cáritas portuguesa vão agora ver no terreno. A equipa tem várias reuniões marcadas com responsáveis no Sri Lanka e na Índia, que vão servir igualmente para escolher novos projectos para apoiar com o dinheiro que ainda resta, cerca de 1 milhão e 900 mil euros.

“O facto de ainda haver dinheiro disponível não significa que haja qualquer atraso da nossa parte. Está relacionado com dificuldades internas dos próprios países, seja a nível político, ou simplesmente problemas em convencer as pessoas a deslocarem-se para locais mais seguros”, explica Eugénio da Fonseca.

Quanto aos projectos a apoiar daqui por diante, o presidente da Cáritas afirma que “seis anos na reorganização das zonas afectadas é pouco tempo, dada a dimensão da tragédia. Podemos contar com mais seis anos, embora o dinheiro que nos sobra não chegue para tanto. Dessa forma, vamos procurar apoiar os projectos mais prioritários, e que ajudem as pessoas mais pobres”, assegura.

João Duarte (RR)

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