Cáritas atenta à presidência portuguesa da UE

De 18 a 19 de Junho, uma delegação da Cáritas Europa (CE) visitou o nosso país, tendo em vista a próxima presidência portuguesa da UE. Uma atenção particular foi dada aos fenómenos ligados à mobilidade humana, durante o programa de dois dias, que incluiu encontros com responsáveis políticos e de instituições católicas. A delegação era composta por 4 elementos: Martina Liebsh – Presidente da Comissão de Migrações da CE e representante permanente da Cáritas Alemã em Bruxelas; Peter Verhaghen – Técnico de Migrações da CE; George Joseph – Consultor em matéria de Migrações da Cáritas Europa e Alojzij Stefan – Secretário Geral da Cáritas Eslovena. Em declarações ao Programa ECCLESIA, Martina Liebsh destaca as preocupações já apresentadas pelo governo português em relação aos direitos dos migrantes e às relações com África. Outro assunto que preocupa a Cáritas e, de forma geral, a sociedade civil, é o do “controlo das fronteiras”, com especial destaque para os incidentes que aconteceram no Mar Mediterrâneo. “A integração dos migrantes ainda tem algumas falhas, apesar dos avanços verificados nos últimos anos para que essa integração fosse maior. Obviamente isso acontece a nível local, que é onde o trabalho deve ser feito”, disse esta responsável. Martina Liebsh aponta a necessidade de um maior trabalho intercultural, para uma maior “percepção da diversidade na UE”, em especial no que diz respeito à integração das novas gerações. Para a Presidente da Comissão de Migrações da CE é claro que a Europa tem necessidade de imigrantes, algo que é constatável “todos os dias”. “Penso que, nos últimos anos, vimos uma mudança nesta consciência, mas a nossa preocupação é que se façam os mesmos erros feitos no passado, olhando apenas para a força de trabalho e não para a dimensão social”, refere. Esta responsável lamenta a inexistência de “canais legais” para a entrada de imigrantes na UE, bem como a falta de apoio para que as pessoas possam preparar a sua partida, desde o país de origem, tornando as migrações “legais e seguras”. Neste contexto, o tráfico de seres humanos “é um problema muito sério” e, apesar das iniciativas tomadas a nível europeu, falta a “implementação de mecanismos nacionais” a que as vítimas possa recorrer. Martina Liebsh defende ainda uma “rede europeia anti-tráfico” e a recolha do maior número possível de informações sobre este fenómeno. A 18 de Outubro deste ano será celebrado um Dia Europeu contra o Tráfico, iniciativa saudada pela Cáritas. Em comunicado de imprensa divulgado pela instituição, é sublinhado o encontro com Pedro Silva Pereira, Ministro da Presidência, junto do qual foi defendida uma “aproximação global” à migração, por parte da UE. A Caritas Europa é uma das sete regiões daCaritas Internationalis, confederação de 162 organizações católicas de solidariedade, ajuda ao desenvolvimento e serviço social que trabalham em 200 países e territórios de todo o mundo, incluindo Portugal.

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