Conselho Geral da organização católica assinala em particular situação de crianças e idosos
Fátima, Santarém, 13 nov 2011 (Ecclesia) – A Caritas Portuguesa alertou hoje para o aumento do risco de pobreza para cada vez mais famílias, considerando que “com a falta de emprego e o número crescente de desempregados, a coesão familiar está em risco”.
A posição é assumida no comunicado final do Conselho Geral da organização católica, enviado à Agência ECCLESIA, encontro que reuniu entre sábado e domingo representantes de 19 das 20 dioceses portuguesas, em Fátima.
O documento refere que nos primeiros dez meses de 2011, as Caritas diocesanas já atenderam cerca de 28 mil famílias portuguesas.
“Os números são alarmantes porque correspondem a um acréscimo significativo em relação ao mesmo período do ano anterior”, indicam os membros da organização de solidariedade e ação humanitária da Igreja.
Segundo os responsáveis da Caritas, a falência de várias empresas, algumas delas de “dimensão familiar”, está a “gerar graves carências aos empresários e respetivas famílias”.
Neste sentido, pediu-se uma “atenção redobrada aos novos casos de pobreza, muitos deles encobertos”, frisando que “além da falta de recursos financeiros, o apoio na área psicológica e espiritual é premente”.
A Caritas Portuguesa apela à sociedade, para que “nenhuma criança deixe de ter o apoio necessário neste momento de fragilidade, nomeadamente que fique impossibilitada de frequentar as creches e jardins de infância e tenha acesso aos cuidados de saúde fundamentais”.
Ainda neste contexto, a organização católica propõe também que se forme uma “equipa nacional para acompanhar e lançar iniciativas para o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Intergeracional”, em 2012.
O comunicado final do Conselho Geral defende que “a solidariedade com os pobres implica proximidade, mas também um horizonte mais vasto e novos dinamismos que apontem para a criação de uma nova consciência social, assente na dignificação do ser humano em detrimento do capital”.
“O pobre não deve ser um mero destinatário, mas o protagonista do seu próprio desenvolvimento integral”, pode ler-se.
A Caritas critica “um quadro fiscal injusto” que potencia um “número crescente de casos de monoparentalidade”, nalguns casos “como forma de fuga aos impostos”.
Alertou-se também para o risco de “aumento de pessoas, sobretudo homens, que poderão cair na situação de sem-abrigo, em consequência do abandono dos lares por não poderem assegurar, aos mesmos, a subsistência”.
Os participantes aludiram ao último documento da Comissão Episcopal de Pastoral Social, ‘Serviços Paroquiais de Ação Social’, pedindo que o mesmo seja “aprofundado e divulgado para que a caridade não seja algo de intimista”.
Para a Caritas Portuguesa deve ser dada “maior atenção à organização da caridade a nível paroquial, nomeadamente dotando-a de mais agentes e cuidando da sua adequada formação”.
O Conselho Geral exprimiu também o seu “reconhecimento” a D. Carlos Azevedo pela “invulgar atividade” que desenvolveu nos últimos anos, especialmente como presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
Ao seu sucessor no cargo, D. Jorge Ortiga e aos restantes membros da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, a Caritas manifestou “toda a disponibilidade para, em comunhão eclesial, intensificar e alargar o cumprimento” da sua missão.
OC