Caritas: 5% do subsídio de férias para ajudar

Presidente da instituição quer que Estado crie «Rede Básica de Proteção», medida que «não pode tardar a ser concretizada»

Lisboa, 28 jun 2011 (Ecclesia) – A Caritas pede cinco por cento do subsídio de férias para aumentar as verbas do Fundo Social Solidário (FSS) e quer que o Estado crie uma rede de proteção aos mais desfavorecidos que envolva entidades públicas e privadas.

“Seria um testemunho muito eloquente se os cristãos e cristãs, bem como todas as pessoas de boa vontade, disponibilizassem 5% do seu subsídio de férias, para fortalecer o FSS, pensando nos que não as terão nem o subsídio correspondente”, considera o presidente de uma das mais importantes instituições de apoio social da Igreja Católica em texto escrito para a edição de hoje do semanário ECCLESIA.

Eugénio Fonseca admite a probabilidade de o FSS, que esta segunda-feira tinha um saldo de 363 mil euros, ficar “muito aquém das necessidades”, sendo por isso “necessário que as comunidades cristãs mantenham despertas as consciências para que não esmoreça a partilha de bens”.

O Fundo foi criado em novembro de 2010 por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa e desde o mês seguinte foram aplicados 406 500 euros provenientes de donativos e de depósitos feitos pelas 15 das 20 dioceses territoriais portuguesas abrangidas pelos apoios.

O FSS beneficiou 2571 pessoas através do pagamento de rendas de casa e prestações de empréstimos para aquisição de casa própria, além de contas de luz, água, gás, medicamentos, material escolar, propinas e mensalidades em equipamentos sociais.

“Também se tem contemplado a criação de autoemprego, sempre que se constate a sustentabilidade dos projetos apresentados”, salienta o responsável, acrescentando que “o esforço é fazer todo o possível para que cada pessoa e família disponham do mínimo indispensável para uma vida condigna”.

O responsável assinala que o Fundo, gerido pela Caritas Portuguesa, Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Justiça e Paz dos Religiosos e Sociedade de S. Vicente de Paulo, “não dispensa” que o Estado “assuma as suas responsabilidades”, formando uma “Rede Básica de Proteção”, medida que “não pode tardar a ser concretizada”.

Para Eugénio Fonseca, esta plataforma deve congregar “o maior número possível de entidades cooperantes”, desde “as redes de proximidade ao financiamento público, passando pela solidariedade local mais alargada, pelas empresas e pelas diferentes instituições ou movimentos sociais”, sem que este modelo implique aumentos de despesa.

O presidente da Caritas frisa que tem de ser atribuída “a mais alta prioridade à criação e funcionamento de grupos de voluntariado social, em todas as freguesias” para “sinalização de situações de carência”, “prestação das primeiras ajudas”, “mediação junto dos serviços competentes” e “acompanhamento de cada situação de carência”.

A instalação desta rede não implica a desvalorização dos objetivos da iniciativa da Igreja: “Mesmo que venha a surgir, como se impõe, um Fundo público, o FSS não deve esmorecer o seu dinamismo, porque será sempre complementar e destinado, preferencialmente, aos últimos sejam quais forem as suas crenças ou origens”.

Os donativos para o FSS podem ser feitos por transferência para o Banco Millenium BCP (NIB 0033 0000 0109 0040 15012), nas caixas Multibanco, digitando sempre o algarismo 2 em todos os campos, e mediante chamada telefónica para o número de valor acrescentado 760 300 150.

RM

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