Caridade cristã não pode viver de acções esporádicas

O Arcebispo Primaz de Braga alertou, no início da Semana Santa, para o perigo que podem constituir as atitudes solidárias superficiais e esporádicas. Na homilia que proferiu na Missa de Ramos, D. Jorge Ortiga referiu-se ao tempo litúrgico em curso como «uma oportunidade única» para a promoção de uma «verdadeira igualdade», «fundamento duma democracia justa que a todos acolhe». O prelado bracarense incluiu na sua reflexão a problemática do aborto e da eutanásia, lembrando que os cristãos devem «acolher a vida como dom, a iniciar na concepção e a consumar-se numa morte digna». Depois da bênção e procissão de ramos, que começou na igreja do Seminário Conciliar, no Largo de São Paulo, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse na homilia que «a figura do Bom Samaritano sublinha que a actualização do amor tem a dimensão da humanidade e nunca se pode restringir a grupos de predilectos ou preferidos. Cristo veio abolir as barreiras das raças, dos credos, das nações e criar uma comunidade solidária, que não admite fronteiras ou condicionantes. Vive-se para quem se encontra e a todos se entrega a dedicação do mesmo Cristo». Reportando-se à Encíclica “Deus caritas est”, de Bento XVI, o Arcebispo Primaz sustentou que temos assistido «a uma fragmentação da sociedade onde se colocam barreiras de hostilidade ou, ainda mais grave e frequentemente, de indiferença », e disse que seria necessário excluir «o fundamentalismo intolerante, o racismo selectivo e destruidor, o terrorismo ameaçador, os actos de vandalismo por razões ideológicas ou de represália».

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