Cardeal Tauran defende diálogo com o Islão «genuíno»

O Cardeal Jean-Louis Tauran, antigo Secretário do Vaticano para as relações com os Estados e novo presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR), defendeu o diálogo o Islão “genuíno”, considerando que “mesmo não havendo actualmente um diálogo teológico, é possível haver um diálogo cultural, de caridade e de paz”. Para este responsável, o Ocidente vê frequentemente o Islão como um “bloco único”, quando na verdade existem vários, entre os quais “aquele que mata”, com o qual “não é possível diálogo”. O Cardeal francês assumirá o cargo de presidente do CPDIR no próximo dia 1 de Setembro. Em entrevista à revista mensal católica italiana “30 Giorni”, fala sobre o diálogo com o mundo muçulmano e apresenta o seu programa de trabalho. Questionado sobre o discurso do Papa na universidade alemã de Regensburg, o Cardeal Tauran afirma que, “num primeiro momento”, essa intervanção tinha comprometido o diálogo, mas que “depois, sobretudo durante a viagem à Turquia, o Papa explicou-se muito bem”. “Devemos privilegiar o diálogo com o Islão moderado e também com os representantes islâmicos que, mesmo tendo uma visão rígida da própria fé, negam o uso da violência”, indicou. O Cardeal Tauran sucede a outro francês, D. Paul Poupard, que acumulava a presidência do CPDIR com a do Conselho Pontifício para a Cultura. A fusão das presidências acontecera a 11 de Março de 2006, depois de Bento XVI ter decidido enviar para o Cairo o Arcebispo Michael Fitzgerald, antigo presidente do CPDIR e actual Núncio no Egipto e representante da Santa Sé junto da Liga Árabe. Na altura, a decisão fora justificada com a vontade do Papa em “favorecer um diálogo mais intenso entre os homens da cultura e os representantes das várias religiões”.

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