Cardeal Tarcísio Bertone pede liberdade para trabalhar em Cuba

O Cardeal Tarcisio Bertone exprimiu aos Bispos cubanos o desejo que a celebração dos 10 anos da visita de João Paulo II ao país Sul americano, possa dar um novo impulso às relações entre o Estado e a Igreja católica de Cuba, num espírito de “rigor pastoral e com a liberdade exigida”. No encontro com os Bispos cubanos, o Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Tarcísio Bertone exprimiu o desejo de “intensificar, se possível, o trabalho pastoral” e “continuar o espírito de comunhão entre os bispos, enquanto membros do colégio sagrado, com o Papa”. O Cardeal Tarcísio Bertone encontra-se em Cuba, por ocasião dos 10 anos da visita de João Paulo II ao país Sul americano. Nesta visita, o enviado do Papa expressou que Bento XVI acompanha de perto a vida dos cubanos e espera pela próxima visita Ad limina dos bispos cubanos “para estreitar laços de comunhão”. A visita começa a 28 de Abril e estende-se até 3 de Maio 2008. No encontro que o Cardeal Bertone manteve com os Bispos cubanos, em Havana, capital do país, o secretário de Estado disse que este aniversário assume duas dimensões. “Será um tempo de abundantes graças e uma oportunidade especial para intensificar os frutos espirituais que têm sido colhidos ao longo dos últimos anos, mas irá também produzir um profundo renovamento para a vida cristã”. Segundo o Cardeal Bertone, a Igreja deve reavivar o seu “trabalho pastoral sério, regular e comum”. Hoje à noite, na praça diante da catedral de Havana, haverá uma celebração, com a presença de autoridades como o presidente do parlamento, Ricardo Alarcón, o presidente do partido e o ministro da cultura. Pela primeira vez, embora a confirmação oficial ainda não tenha sido feita, a missa pode ser transmitida ao vivo pelo canal educativo da TV estatal. Aguarda-se a participação de 3 mil pessoas, que podem chegar a 5 mil. O secretário e porta-voz da Conferência Episcopal de Cuba, D. José Félix, afirmou à Renascença, que a Igreja cubana está viver este acontecimento com grande expectativa. “Estamos com uma grande expectativa uma vez que vem recordar a visita que João Paulo II fez ao nosso país há 10 anos. Sem dúvida será ocasião para rever aqueles momentos inesquecíveis e utilizar a mensagem que João Paulo II nos trouxe. Por outro lado, tem também em conta o interesse expresso pelo Papa Bento XVI em relação à nossa Igreja e isto é algo que nos comove”, refere o porta-voz da Conferência episcopal de Cuba. Sobre o afastamento de Fidel Castro, D. José Félix afirmou esperar que este tenha consequências na questão do embargo económico à ilha. Na véspera da visita do Secretário de Estado do Vaticano a Cuba, D. José Félix diz que o embargo constitui uma medida de força moralmente inaceitável que a Igreja sempre criticou. “Começa uma nova etapa, obviamente, porque haverá um novo presidente, mas que mudanças haverá e que repercussão terá o embargo dos Estados Unidos a Cuba dependerá do novo Presidente, de quem seja, das medidas que toma e das medidas que tomará o Governo dos Estados Unidos. Poderá ser uma nova etapa histórica para o país. Sempre desejamos o levantamento do embargo pois é uma medida de força moralmente inaceitável ”, disse D. José Félix. O prelado cubano dá conta da esperança da Igreja no levantamento do embargo económico para aliviar o sofrimento do povo que vive uma situação muito difícil. “Há uma grande carência de bens materiais que se sentem em sectores mais deprimidos da sociedade. O poder aquisitivo dos salários está muito abaixo dos preços dos bens de consumo”, acrescenta. Com RR

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