Cardeal Saraiva Martins deixa apelo pelas famílias em Fátima

Instituto Secular das Cooperadoras da Família vê reconhecida a heroicidade das virtudes do seu fundador, Mons. Alves Brás Este Domingo, 11 de Maio de 2008, Dia de Pentecostes, a Eucaristia Internacional no Santuário de Fátima foi presidida pelo Cardeal D. José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, que se encontra desde ontem em Fátima a participar no Encontro Nacional do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, instituição que este ano celebra 75 anos de existência e que viu em 15 de Março de 2008 reconhecida por Bento XVI a heroicidade das virtudes do seu fundador, Mons. Joaquim Alves Brás. O decreto da heroicidade do fundador das Cooperadoras da Família foi lido hoje no início da celebração Eucarística no Santuário de Fátima, seguindo-se uma salva de palmas pelo numeroso grupo de peregrinos presente no Recinto de Oração. Foi assinalada a sua heroicidade na “vigorosa procura de perfeição que cultivou desde criança”. Durante a homilia , o Cardeal Saraiva Martins, presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de Maio de 2008, afirmou que “o testemunho da vida de Mons. Joaquim Alves Brás é de tal modo eloquente que não podemos deixar de agradecer a Deus a sua obra e de nos abrirmos, como ele, às múltiplas tarefas da evangelização, em especial das famílias”. Mons. Alves Brás, recordou o prelado, “desde os primeiros tempos de sacerdócio, descobriu que a família era fundamental para a sociedade e para a Igreja: como célula da vida e da educação e como espaço de paz e de santidade”. Ainda sobre o sacerdote considerado “o apóstolo da família”, o Cardeal português recordou que “a obra (de Mons. Brás) emerge na década dos anos 30, tendo como pilares estruturantes a Secularidade e a Espiritualidade. Sem virar costas ao mundo, antes metidas no meio dele, as cooperadoras terão como tarefa mostrar a centralidade de Deus e da pessoa humana na nossa história. É uma verdade, que testemunhada com alegria e confiança, define um estilo de vida pessoal e constitui um serviço ao próprio mundo”. No total procederam à sua inscrição no Serviço de Peregrinos do Santuário como participantes nesta Eucaristia outros 27 grupos provenientes de doze países. LeopolDina Simões, Sala de Imprensa do Santuário de Fátima Mons. Alves Brás Traços Biográficos Monsenhor Joaquim Alves Brás nasceu a 20 de Março de 1899, na aldeia de Casegas, concelho da Covilhã, junto da serra da Estrela. Cresceu num ambiente familiar onde se respirava o amor a Deus e ao próximo, e onde se vivia uma vida de sã convivência, fidelidade e partilha de trabalho, de responsabilidades e deveres, que muito influenciaram a sua educação marcada, desde o início, pela pedagogia do exemplo, do ensinamento e da mais salutar exigência, a toda a prova. Tal educação, imprimiu-lhe, desde muito cedo, traços de um carácter firme e decidido, profundamente crente, dinâmico, empreendedor, sacrificado, corajoso e com um grande sentido de justiça, de verdade e de caridade, que influenciaram toda a sua vida e acção. Em 19 de Novembro de 1917, depois de superadas muitas dificuldades, que lhe advieram sobretudo de uma doença crónica, que o acometeu e reteve no leito dos 11 aos 14 anos, deu entrada no Seminário do Fundão, da Diocese da Guarda, a fim de realizar o grande sonho da sua vida – ser Padre, ao menos por um ano. A 19 de Julho de 1925, um ano antes do tempo previsto, recebeu a ordenação sacerdotal, na capela do Paço Episcopal da Guarda tendo, com a maior alegria, celebrado a sua primeira Missa, logo no dia seguinte – 20 de Julho. A partir desse dia, pode-se dizer que se abriu um novo capítulo na sua vida, capítulo esse que foi escrito a letras de oiro e de fogo, que nunca mais se apagaram nem apagarão, porque escritas nos corações de todos os que, de alguma forma, já beneficiaram da sua acção de Bem-fazer. Tendo sido logo nomeado Pároco da aldeia de Donas, concelho do Fundão, exerceu esse cargo, juntamente com o de confessor do Seminário do Fundão, com a maior diligência e sabedoria espiritual, durante cinco anos, até que a doença o voltou a visitar, fazendo-o mudar de rumo. Deste modo, em Setembro de 1930, é nomeado Director Espiritual do Seminário Maior da Guarda. Sacerdote zeloso e profundamente sensível aos problemas da sociedade do seu tempo, nomeadamente a problemática da família, depressa se apercebeu, nos contactos que fazia, das grandes carências e situações de miséria que atingiam os mais pobres dos pobres: os famintos de pão material, cultural e espiritual. Sempre atento à voz do Espírito Santo que o marcou com os seus dons e particular carisma, sentiu-se enviado a uma missão, muito concreta, mas de longo alcance. Ao serviço da Família Assim, metendo mãos ao trabalho, com o olhar e o coração sempre fixos em Deus, fundou: – Em 1931, a Obra de Santa Zita, uma associação que visava promover, formar e amparar jovens do sexo feminino que se dedicavam ao serviço da família, como auxiliares ou empregadas domésticas, naquele tempo designadas por criadas de servir, e que é hoje, uma Instituição Particular de Solidariedade Social, de largo alcance neste e noutros campos de formação, previdência e assistência, em prol do apoio aos mais carenciados, na linha da família. Em 1933, o Instituto Secular das Cooperadoras da Família – um Instituto de vida consagrada, cujo carisma e missão é o cuidado da santificação da família, através dos necessários apoios, entre os quais os prestados pelas obras mencionadas de que o Instituto é o garante, aos mais diversos níveis. Em 1960, os Centros de Cooperação Familiar e, em 1962, o Movimento por um Lar Cristão, que concorrem, de modos diferentes, para o mesmo fim: cooperar com a família, enquanto célula fundamental da Igreja e da sociedade, na realização da sua sublime vocação e missão. No mês em que fazia 67 anos, cheio de vigor e em plena actividade, morre, vítima de um acidente de viação. Era o dia 13 de Março de 1966. Luís Filipe Santos FOTO: Lusa

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