Cardeal repudia medidas antimendicância adoptadas na Itália

O presidente do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes, Cardeal Renato Martino, considerou “inaceitáveis” as medidas contra a mendicância aprovadas por diversas cidades italianas, recordando que mendigar é um “direito fundamental”. Em entrevista ao jornal italiano “Corriere della Sera”, o membro da Cúria Romana disse concordar com o combate “à exploração criminosa da esmola, mas sem infringir o direito de pedir ajuda”. O Cardeal defendeu que proibir a mendicância serve apenas para “esconder” a necessidade, ao invés de lhe “responder”. Cidades como Roma e Veneza anunciaram medidas que proíbem mendigar nos centros históricos e, caso esse lei seja transgredida, haverá a aplicação de multas de 50 a 500 euros, com o objectivo de evitar “transtornos” aos cidadãos e visitantes. O representante do Vaticano afirmou que não julga as razões individuais dessa decisão, mas considera “inaceitável a proibição de pedir esmola em geral”. “Vejo uma tentação para fechar os olhos e olhar para o outro lado. As autoridades deveriam ajudar a população a pensar sobre o verdadeiro alcance da necessidade não coberta por nenhuma forma de previdência social”, disse D. Martino. “Mendigar é um direito fundamental para os que têm fome e frio. O verdadeiro pobre tem o direito de fazer o que puder para conseguir um pedaço de pão e pedir ajuda ao próximo”, concluiu.

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