D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, celebrou na manhã de hoje uma Missa em memória do diplomata português Aristides de Sousa Mendes, que salvou milhares de judeus durante a II Guerra Mundial.
O diplomata foi apontado por D. José Policarpo como exemplo de carácter, pois deu prioridade à sua consciência em detrimento dos poderes estabelecidos. “A humanidade continua hoje a ter circunstâncias em que a voz da consciência pode ter de se elevar acima de poderes estabelecidos e ordens pragmáticas adquiridas”, referiu na homilia da celebração. “A dignidade da pessoa humana é um valor absolutamente intransponível”, acrescentou. O feito de Aristides Sousa Mendes foi considerado “um alerta”.
A missa em memória do diplomata foi celebrada na Sé Catedral de Lisboa pelo Bispo Cardeal, numa homenagem que também decorre em mais de 30 cidades de todo o mundo, como Varsóvia (Polónia), Buenos Aires (Argentina) e Bordéus (França), onde o diplomata emitiu os vistos- uma iniciativa de várias fundações e que conta com o apoio do Vaticano. Foi em 17 de Junho de 1940 que o diplomata, com o apoio dos seus dois filhos mais velhos, começou a passar vistos a refugiados de guerra, entre eles milhares de judeus, impedindo assim a sua prisão e eventual morte às mãos dos nazis.