D. José Policarpo pede aposta nos «grandes valores» e apela à prudência no referendo ao Tratado Constitucional D. José Policarpo mostrou-se hoje confiante no futuro da União Europeia, sublinhando que a “Europa continua a ser um caso único do ponto de vista cultural e político”, com uma longa história e uma identidade complexa. No programa “A 3 dimensões”, da RR, que junta D. José Policarpo, Jorge Sampaio e Pinto Balsemão, o Patriarca de Lisboa lembrou a “universalidade cultural com que a Europa marcou o Mundo e que esteve na origem da primeira verdadeira experiência de globalização”. Hoje, assinalou, “há uma mentalidade europeia que se foi criando”, mas defende que para progredir é preciso apostar “nos grandes valores que exigem criatividade”, não caindo num “menor denominador comum”. O ponto fraco da Europa é, assim, a não exigência no campo dos valores. Nesse sentido, D. José Policarpo diz mesmo que o falhanço da União Europeia seria um “desastre mundial”. “Seria um desastre para a Europa, em primeiro lugar, e seria um desastre que se repercutiria em todo o mundo”, alerta. Por isso, o Cardeal-Patriarca aposta na prudência quanto a um eventual referendo ao Tratado Constitucional Europeu, que poderia resultar “num beco sem saída”. D. José Policarpo defende que “uma participação directa dos cidadão nas questões supõe um conhecimento de um determinado grau dessas questões” e que podem ser os políticos a decidir porque “os órgãos europeus não são anti-democráticos, foram escolhidos democraticamente”. O primeiro texto do Tratado, recordou, era “ilegível pelo cidadão comum”. (Com RR)
