O Arcebispo de Cracóvia e ex-secretário de João Paulo II, Cardeal Stanislaw Dziwisz, pediu aos fiéis que tenham paciência no que diz respeito ao processo de beatificação do falecido Papa, porque “é melhor esperar, mas fazer as coisas bem feitas”. “O que queremos é que o processo de beatificação se realize sem pressa, com profundidade, para que ninguém depois nos reprove de que os trabalhos foram feitos de forma descuidada”, afirmou em declarações à agência polaca PAP. O Cardeal explicou que um processo longo seria benéfico porque destacaria “a figura carismática do Santo Padre”. D. Stanislaw Dziwisz afirmou que “o mundo está redescobrir João Paulo II e tenta conhecê-lo melhor”. “As celebrações do aniversário da sua morte mostraram que o mundo está agradecido a Bento XVI por cuidar da memória do seu predecessor”, indicou. No dia 1 de Abril, terminaram em Cracóvia os trabalhos do tribunal rogatório para a causa de beatificação. O tribunal da diocese de Roma considerou que os textos em polaco deveriam ser escutados na Polónia, fora da sua sede, como poderá ocorrer noutras ocasiões durante o trabalho da fase diocesana. O postulador da causa de canonização e beatificação de João Paulo II já alertou, várias vezes, para a necessidade de ter paciência relativamente a um processo bastante complexo, dado o grande volume de documentação envolvido. A instrução diocesana, em que actualmente se encontra o processo, serviu para interrogar testemunhas em Roma e em Cracóvia, mas o tribunal ainda se irá deslocar a outras partes do mundo para recolher depoimentos de Cardeais, Bispos e chefes de Estado que conheceram o Papa polaco. Para além deste trabalho, a que ter em conta os esforços da “Comissão Histórica”, que analisou os escritos editados por Karol Wojtyla e agora está a analisar a documentação manuscrita e escritos inéditos, como textos de conferências ou esboços de discursos. Posteriormente inicia-se outra fase, na Santa Sé: na Congregação para as Causas dos Santos, teólogos, médicos e historiadores irão analisar os dados recolhidos. O processo de beatificação de João Paulo II começou oficialmente a 28 de Junho de 2005, por decisão de Bento XVI, dispensando o período de espera de cinco anos após a morte, como estabelece o Código de Direito Canónico.
