Cardeal de Hong Kong aponta «perigo» do nacionalismo na China

E exclui visita oficial do Papa por falta de «liberdade religiosa e de imprensa» O Cardeal de Hong Kong, D. Joseph Zen, está preocupado com o perigo do nacionalismo na China. D. Zen, numa entrevista ao jornal «La Stampa» reafirmou a reivindicação essencial para a Igreja católica que o Papa possa nomear os Bispos. “O nacionalismo é um perigo real”, advertiu. Referindo-se a “pesquisadores” que “vêem nos recentes eventos na China o perigo que o país por seguir caminhos facistas, ou pela via de um sistema ditatorial com fortes características nacionalistas”. “Para os próximos Jogos Olímpicos, o governo insistiu bastante no orgulho chinês, justificando que se trata de um sentimento saudável, mas este sentimento não pode descambar para um idealismo nacionalista”, sublinha o Cardeal Zen. Interrogado acerca dos obstáculos a um restabelecimento das relações diplomáticas entre o Vaticano e Pequim, o Cardeal sublinhou que “a principal dificuldade é a ausência de uma verdadeira liberdade religiosa na China”. Para a Igreja é “essencial que o Papa possa escolher livremente os seus bispos”, afirmou, ainda que o “governo pretenda intervir” neste domínio. “Manter relações diplomáticas significa legitimar uma política religiosa que não está de acordo com a efectiva liberdade para os cristãos”. A 12 de Maio, o Cardeal de Hong Kong referiu não ser altura de uma visita oficial do Papa à China, pois “não há liberdade religiosa nem de imprensa”. A China e a Santa Sé não têm relações diplomáticas desde 1951. O restabelecimento das relações é uma questão importante para Pequim que deseja melhorar a sua imagem internacional. No entanto, o Vaticano, estabeleceu como condição que todos os católicos, quer da Igreja oficial como da clandestina se submetam à autoridade papal. Bento XVI dirigiu, a 30 de Junho de 2007, uma carta aos católicos chineses. Um gesto “muito apreciado entre os féis, tanto da Igreja oficial como da clandestina”, segundo o Cardeal Zen. A pedido do Papa, o dia 24 de Maio assinalou a Jornada Mundial de Oração pela Igreja da China. Bento XVI escreveu mesmo uma oração a Nossa Senhora de Shesham. Neste dia todos os católicos chineses estiveram unidos em oração.

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