Capuchinhos com os olhos no futuro

Nesta semana que precede o Pentecostes, os Franciscanos Capuchinhos portugueses estão reunidos em Fátima no seu XV Capítulo Provincial. O acto repete-se cada três anos na mesma ocasião, desde o tempo de São Francisco de Assis, mas com novos contextos e desafios. Segundo a legislação da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, o Capítulo Provincial é um encontro de Irmãos reunidos em comunhão fraterna, e constitui a primeira autoridade da Província. Nele, tratam-se os problemas relativos à vida e actividade dos Irmãos e elege-se o Ministro Provincial e os Definidores Provinciais (conselheiros) para o triénio seguinte. Em princípio, desta vez será mesmo eleito um novo Ministro, pois o Frei Acílio Mendes já cumpriu um sexénio de serviço e só em casos especiais se faz uma “postulação” ou pedido ao Ministro Geral da Ordem que o poderá confirmar para novos triénios. O Capítulo é presidido por Frei José Gislon, Definidor Geral da Ordem, da Província brasileira do Paraná e Santa Catarina. E conta com a presença dos Ministros Provinciais da Angola e Cabo Verde. Três anos de revitalização No triénio que agora finda, os Capuchinhos portugueses foram dinamizados por cinco linhas de reflexão e trabalho: Consolidar o dom da vocação; Primado da vida evangélica; Estabelecer um novo estilo de relações; Viver intensamente a paixão por Deus e o seu Reino; e Enfrentar o futuro com entusiasmo. Saídas da visita pastoral de um Definidor Geral em 2005, foram reunidas num documento sob o lema “Olhar o futuro”. A meio do triénio, de 7 a 12 de Janeiro de 2007, celebraram um Capítulo Provincial Extraordinário com o objectivo definido no Capítulo Provincial de 2005: «Estabelecer quais as Fraternidades e as actividades apostólicas que devemos privilegiar ou suprimir, segundo o nosso carisma e as nossas capacidades » Mas, ao convocá-lo, o Frei Acílio já então prevenia: «Não! O Capítulo não se resolve com abrir ou fechar esta ou aquela casa, privilegiar ou não uma ou outra actividade pastoral. Deve levar- -nos a radicalizar a nossa vida de consagração ao Senhor e ao serviço da Igreja, na especificidade do carisma confiado pelo Espírito a Francisco de Assis. O Capítulo despertanos para abrir as portas às surpresas de Deus, para renovar o coração de acordo com as moções do Espírito, para sintonizar a nossa vontade com a vontade de Deus». “Uma esperança de futuro” Decorrido pouco mais de um ano, este Capítulo, embora convocado para reflectir sobre os desafios do presente, decorrerá com os olhos no futuro, sob a inspiração de Jeremias 31, 17: «Tens ainda uma esperança de futuro». Do “Instrumento de trabalho” constam Propostas de um «investimento corajoso» na área da fraternidade/formação, uma “reestruturação” do Movimento de Dinamização Bíblica e um “Plano Pastoral Franciscano- Capuchinho”. Recorde-se que o Apostolado Bíblico, iniciado em 1955, foi assumido como opção específica da Província Portuguesa no Capítulo Provincial de 1975 e redefinido no de 1990. Nele se destacam a editorial Difusora Bíblica, a revista Bíblica, os Cursos e Retiros Bíblicos e as Semanas Bíblicas nacionais, regionais e locais. Este Capítulo propõe- se, também, reflectir sobre uma “Nova cultura vocacional” e colaborar activamente na revisão das Constituições da Ordem, que está em curso. A Província Capuchinha de Portugal, com 54 Irmãos, tem casas em Barcelos, Porto, Gondomar, Coimbra, Fátima, Lisboa, Baixa da Banheira, Laleia e Díli (estas duas, em Timor- Leste). Atendendo à sua dimensão missionária, no triénio anterior foi deixada a casa de Cabanas de Viriato e em Setembro próximo prevê-se deixar a de Coimbra.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top