Capelão algarvio da GNR criticou Estado

A nova Unidade do Comando Territorial do Algarve (UCTA) da Guarda Nacional Republicana (GNR) celebrou esta Quinta-feira em Faro, na igreja matriz de São Pedro, uma Eucaristia de acção de graças pelo início da sua actividade, o que aconteceu oficialmente no primeiro dia deste ano. Em causa está a reestruturação da GNR trazida pela regulamentação da Lei Orgânica daquela força de segurança, que veio estabelecer a nova organização interna das unidades territoriais, especializadas, de representação e reserva da GNR e define as respectivas subunidades. As Brigadas Territoriais dois, três, quatro e cinco em que se organizava o País foram extintas, passando a estar organizadas em comandos territoriais que funcionam agora a nível distrital e se articulam em comando, serviços e subunidades operacionais. No caso do Algarve, afecto anteriormente à Brigada Territorial três (Évora), passou agora a constituir-se como uma unidade de comando independente, ligada directamente a Lisboa. Na celebração de hoje, o padre major Carlos César Chantre, capelão da UCTA, que presidiu à mesma, deixou algumas críticas ao Ministério da Administração Interna pelo modo como o processo foi conduzido. “Às vezes, as pessoas que mandam – neste caso, a tutela do Estado –, criam expectativas e não sabem que as expectativas têm de ser respondidas de imediato. Não tiveram a psicologia para perceber que as expectativas não podem ultrapassar um ano. Prometeram tanta coisa… e agora está a vir, mas aquilo que vier agora já não tem tanto sabor como se tivesse vindo na altura certa”, lamentou o sacerdote na presença do general comandante operacional da GNR, Meireles de Carvalho. Neste contexto, o capelão aproveitou a ocasião para apelar à união da instituição, considerando que “Portugal precisa dela como de «pão para a boca»”. “Queridos guardas, não permitam que as divisões ou os «profetas da desgraça» perturbem a unidade conjunta da instituição. Unam-se na diversidade, na variedade de pensamento, mas unam-se na defesa daquilo que é vosso e é nosso, porque Portugal merece”, exortou o padre major César Chantre, considerando não obstante que “a hora é de esperança”. “Coisas bonitas vão acontecer. O princípio da auto-defesa e da sobrevivência fará com que a esperança volte a aparecer”, afirmou. O sacerdote considerou ainda que “a GNR está a atravessar um momento nobre da sua vida institucional porque está a proceder a uma reestruturação que pode dar origem a uma reforma”. “A reestruturação é possível acontecer no imediato, mas a reforma leva pelo menos uma ou duas gerações”, complementou o sacerdote. Dirigindo-se ao general Meireles de Carvalho, o capelão congratulou-se com a sua presença. “É tão bom poder vir aqui para nos confirmar na unidade institucional”, manifestou o sacerdote, lembrando, a propósito da liturgia de Palavra do dia, que “os diversos ramos só podem dar fruto se estiverem unidos à cepa”. “Que o senhor nos guie no exercício das suas funções operacionais”, solicitou. Por outro lado, o padre major César Chantre regozijou-se ainda pelo facto de os responsáveis pela recém-criada UCTA terem querido iniciar a nova realidade com a celebração de uma missa de acção de graças. O dia celebrativo na GNR do Algarve teve continuidade com a realização de uma cerimónia militar e uma palestra sobre “A Nova Realidade do Comando da GNR do Algarve” que teve lugar nas instalações do quartel de Faro.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top