Primeiro-ministro assegura que solução deve ser encontrada em respeito pela Constituição e Concordata José Sócrates assegurou hoje que o Governo está disponível para conversar com a Igreja Católica relativamente à questão da assistência espiritual e religiosa nos Hospitais. O primeiro-ministro português admitiu alterações ao documento que regulará esta assistência espiritual e religiosa, “dentro daquilo que é a nossa Constituição e a Concordata assinada entre a Santa Sé e o Estado português”, referências fundamentais para “resolver estes assuntos”. “Eu, tal como o Patriarca, acredito no diálogo e tenho a certeza que isso se resolverá dentro dos princípios constitucionais”, indicou aos jornalistas, após um encontro com os presidentes das Conferências Episcopais da Europa. O primeiro-ministro assegurou que o actual projecto de regulamentação, alvo de forte contestação em vários sectores da Igreja, é uma base de trabalho para o diálogo que está a decorrer, procurando uma resposta “à altura do que são os interesses de Portugal”. Essa “base”, referiu, está sujeita a “melhoramentos e ajustamentos, que são importantes” José Sócrates disse ainda ser apenas “fantasia” a informação de que teria chamado este dossier a si, frisando que quem está a gerir o Dossier é o “ministro da saúde” e “assim continuará”. “Do diálogo surgem sempre soluções melhores”, concluiu, evitando pronunciar-se sobre “questões de pormenor”. Alterações “Encontramos da parte do Ministério da Saúde abertura para que a legislação que estava proposta possa vir a ser revista”, afirmou D. José Alves à Agência ECCLESIA. Declarações de resultantes de um encontro que o Bispo de Portalegre-Castelo Branco manteve ontem, dia 3, com o Ministro Correia de Campos. Presente na reunião este também a coordenação das Capelanias Hospitalares, o Pe. José Nuno Ferreira da Silva. Admitindo que esta revisão aconteça prevemos “boas perspectivas para um entendimento”. A proposta para regulamentar a presença dos capelães nos hospitais “não nos parecia real pois não contemplava a expressão da acção que os capelães desenvolvem”, ao longo “já de muito anos”, sublinha D. José Alves. Nesse sentido, “fizemos sentir ao ministro da tutela as nossas divergência”. Da parte do Ministério da Saúde, “houve acolhimento e promessa de que o assunto será reconsiderado”. Para o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, que tutela este sector, o bom entendimento passará por “uma remodelação das propostas legislativas” e nessa revisão, que seja “contemplado o que não existia e que sejam vistos de outra forma o que já estava proposto”. Não está agendado mais nenhum encontro entre D. José Alves e o Ministro Correia de Campos, mas “poderá acontecer”, admite o Bispo de Portalegre-Castelo Branco. “Aguardamos que haja agora uma outra proposta legislativa para podermos conversar”, finaliza. Notícias relacionadas Coordenação Nacional das Capelanias Hospitalares assume posição