Capela Sistina fechada ao público

Espaço vai acolher Conclave para a eleição do próximo Papa

Cidade do Vaticano, 05 mar 2013 (Ecclesia) – A Capela Sistina, no Vaticano, fechou hoje ao público, após 13h00 de Roma (menos uma em Lisboa), para o início dos trabalhos de preparação do local que vai acolher o próximo Conclave.

Segundo a Rádio Vaticano, o encerramento inclui o percurso pela Capela Sistina, o apartamento Borgia e a coleção de Arte Religiosa Contemporânea.

A emissora pontifícia adianta que esta será a 25ª vez que o Conclave, instituído no século XIII, vai decorrer neste espaço.

Entre as tarefas a realizar na Capela Sistina está a deteção de eventuais meios audiovisuais destinados a espiar o processo de escolha do novo Papa.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, explicou em conferência de imprensa que é necessário construir uma plataforma sobre o pavimento original, para além da colocação de duas salamandras: numa são queimados os boletins de voto; noutra é produzido o fumo que dá conta do resultado da eleição, negro ou branco, para o exterior.

A constituição apostólica de João Paulo II que rege o período da Sé vacante – entre a renúncia de Bento XVI e a escolha de um sucessor – determina que, além de estabelecer o “dia e hora” para o início do Conclave, os cardeais têm de prover à “preparação da Capela Sistina, a fim de que as operações relativas à eleição possam desenrolar-se de maneira cómoda, ordenada e com a máxima reserva”.

O Conclave, palavra com origem no latim ‘cum clavis’ (fechado à chave), pode ser definido como o lugar onde os cardeais se reúnem em clausura para eleição do Papa.

João Paulo II (1920-2005) fez referência particular na constituição ‘Universi Dominici Gregis’ ao ‘Juízo Final’, pintado por Miguel Ângelo na parede do altar da Capela Sistina: “Disponho que a eleição continue a desenrolar-se na Capela Sistina, onde tudo concorre para avivar a consciência da presença de Deus, diante do qual deverá cada um apresentar-se um dia para ser julgado”.

O tema está também presente no livro de poesias “Tríptico Romano”, de João Paulo II (2003), no qual se evocam os conclaves de 1978, para a eleição de João Paulo I e do próprio Papa polaco.

A obra tem prefácio do então cardeal Joseph Ratzinger, Bento XVI, para quem a passagem relativa ao ‘Juízo Final’, à “visão” de Miguel Ângelo, “talvez seja a parte do Tríptico que mais comove o leitor”.

O Papa emérito, que também participou nos conclaves há 25 anos, refere que os cardeais estavam “expostos àquelas imagens nas horas da grande decisão”.

A Capela Sistina deve o seu nome a Sisto IV, Papa entre 1471 e 1484, que promoveu as obras de restauro da antiga Capela Magna a partir de 1477.

A decoração do espaço de 1100 metros quadrados foi confiada em 1508 a Miguel Ângelo por Júlio II, Papa entre 1503 e 1513.

OC

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