Capela do Socorro celebra os 400 anos Em Vila do Conde, diocese de Braga, está patente uma mostra fotográfica de rua intitulada “Capela do Socorro 400 Anos: as Gentes, o rio e o mar”. A exposição, situada na margem direita do Ave (Cais das Lavandeiras), faz uma retrospectiva do monumento e evidencia a evolução da cidade, desde os finais do século XVI até aos dias de hoje. Quem a visita apercebe-se de que o percurso o leva até à capelinha branca. Erguida sobre um penhasco sobranceiro ao rio Ave, o recorte da sua forma na paisagem lembra um templo oriental, que remete para a época dos descobrimentos. Fruto da ligação das gentes da terra ao rio e ao mar, o imóvel foi mandado construir por Gaspar Manuel, como aliás se pode ler na inscrição da capela: “Esta casa da invocação de Nossa Senhora do Socorro mandaram fazer por sua devoção Gaspar Manuel, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, piloto-mor da carreira da Índia e China e Japão e sua mulher Babara Ferreira d’ Almeida. Ano 1603”. Os limites da zona ribeirinha, habitada desde o século XVI, dão a conhecer o que era a actividade das gentes da “vila”, através de imagens do “estendal”, dos lavadouros, dos armazéns e das mesas da seca do bacalhau. Gentes que, no início do século passado, organizavam as Festas Carmelitanas, onde se destacam as famosas regatas no Ave do Fluvial Vilacondense e a presença de um hidroavião. Os pescadores aparecem na figura do “Ti João Bicho” (anos 60) e são vários os registos que se referem a barcos de pescado, regateiras, almocreves e raparigas que vendiam o peixe pelas ruas. A história completa-se com a população ribeirinha, a doca, as cheias do Ave (1962), a vitalidade dos estaleiros do mestre Samuel, a procissão da Nossa Senhora do Socorro e as comemorações do 35º aniversário do jornal “Renovação” (1968).