Canossianas estão em festa

Hoje, estas consagradas deslocaram-se ao Santuário de Fátima para darem início às comemorações dos 200 anos da fundação. As Irmãs Canossianas deslocaram-se hoje (dia 15 de Setembro) ao Santuário de Fátima dando início à celebração das comemorações dos 200 anos da Fundação do Instituto Filhas da Caridade Canossianas Missionárias. «Imitação de Cristo Crucificado» é o grande carisma desta congregação. “Contempla-mo-lo nos pobres e com quem trabalhamos” – disse à Agência ECCLESIA a Irmã Maria da Graça, responsável pela casa das Irmãs Canossianas em Queluz de Baixo (Lisboa). Nesta congregação – fundada por Madalena Gabriela Canossa – também “temos um grande amor a Nossa Senhora das Dores” – referiu. E acrescenta: “a nossa fundadora tinha um grande apreço pela Senhora das Dores”. Às religiosas, Madalena de Canossa pediu para “trazermos a imagem de Nossa Senhora das Dores ao peito”. Com uma indumentária “simples”, estas consagradas utilizam o “cinzento ou branco”. Com três casas em Portugal – Queluz de Baixo, Porto e Setúbal – as Canossianas já “têm uma grande história para contar” – sublinha a Irmã Maria da Graça. A casa de Setúbal está “sob a gerência da Madre Geral e da Provincial de Timor”. As outras duas estão ligadas à Província de Verona (Itália). Nas três casas estão cerca de 20 canossianas. Madalena de Canossa criou cinco ministérios: educação (tanto de crianças como adultos); evangelização; assistência a quem sofre (visita a doentes e sós); formação de leigos canossianos e retiros. Em Portugal, “não temos a possibilidade de ter o último ministério” visto que “não temos instalações”. No dia à dia, as irmãs canossianas acompanham e evangelizam nas comunidades. A casa do Porto tem um jardim de infância, creche e ATL . Em Queluz de Baixo há um jardim de infância e o ATL e “um contrato com o Banco Alimentar para servir cem pobres” – relatou a responsável. E avança: “também colaboramos na Liturgia Dominical”. Uma das irmãs da comunidade de Queluz de Baixo “tem um bom grupo de cantores e até faz concertos nas paróquias”. Em Timor, as Irmãs Canossianas têm várias casas e prestam um grande auxílio “àqueles irmãos lusófonos”. Durante os tumultos em Timor, aquela congregação “acolheu muitos timorenses”. Recentemente – contou a Irmã Maria da Graça – “um padre timorense esteve em Portugal e relatou que o seminário abriga cerca de três mil deslocados”. Do ponto de vista vocacional, esta irmã, natural de Amarante e com 72 anos, realça que Timor é um “viveiro de vocações”. E completa: “a Europa está esgotada”. Com casas em todos os continentes, as Canossianas irão comemorar “com várias iniciativas os 200 anos”. Fundadora Madalena Gabriela Canossa nasceu no dia 1 de Março de 1774 na cidade italiana de Verona, que pertencia à sua nobre e influente família. Seu pai faleceu quando tinha cinco anos. Sua mãe abandonou os filhos para se casar novamente. As crianças foram entregues aos cuidados de uma péssima instituição e Madalena adoeceu várias vezes. Por essas etapas dolorosas, “Deus a guiou por estradas imprevisíveis” – disse a Irmã Maria da Graça. Aos dezassete anos, desejou consagrar sua vida a Deus e por duas vezes tentou a experiência do Carmelo. Mas sentiu que não era esta a sua vida. Retornou para a família, guardando secretamente no coração a sua vocação. Os tristes acontecimentos do século, políticos, sociais e eclesiais, marcados pelas repercussões da Revolução Francesa, bem como as alternâncias dos vários imperadores estrangeiros na região italiana, deixavam os rastos na devastação e no sofrimento humano, enchendo a sua cidade de pobres e menores abandonados. Em 1801, duas adolescentes pobres e abandonadas pediram abrigo no seu palácio. Ela não só as abrigou como recolheu muitas outras. Pressentiu que este era o caminho do espírito e “descobriu no Cristo Crucificado o ponto central da sua espiritualidade e de sua missão”. Abriu o palácio dos Canossa e fez dele “não uma hospedaria, mas uma comunidade de religiosas, mesmo contrariando seus familiares”. Sete anos depois, superou as últimas resistências da sua família, deixando em definitivo o palácio. Madalena foi para o bairro mais pobre de Verona, para concretizar o seu ideal de evangelização e de promoção humana, fundando a congregação das Filhas da Caridade, para a formação de religiosas educadoras dos pobres e necessitados. Procurou educá-las dando-lhes uma instrução elementar e uma formação mais prática de modo a poderem subsistir com o seu trabalho. Ao mesmo tempo não descuravam a assistência e formação espirituais Madalena escreveu as Regras da Congregação das Filhas da Caridade em 1812, as quais, após dezasseis anos, foram aprovadas pelo papa Leão XII. Mas só depois de várias tentativas mal-sucedidas Madalena conseguiu dar andamento para a Congregação masculina, como havia projectado inicialmente. Foi em 1831, na cidade de Veneza, o primeiro oratório dos Filhos da Caridade para a formação cristã dos jovens e adultos. Ela encerrou sua fecunda existência terrena numa Sexta-Feira da Paixão. Morreu em Verona, assistida pelas Filhas, no dia 10 de Abril de 1835. As congregações foram para o Oriente em 1860. Actualmente, estão presentes nos cinco continentes e são chamados de irmãs e irmãos canossianos. Beatificada por Pio XII, a 7 de Dezembro de 1941, foi canonizada por João Paulo II, a 2 de Outubro de 1988, marcando a celebração liturgica para o dia da sua morte. Contudo a Família Canossiana celebra, a 8 de Maio, o dia dedicado à Fundadora do Instituto.

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