Canonizações: D. António de Sousa Braga foi ordenado sacerdote há 48 anos por Paulo VI

Canonização do Papa do Concílio é uma valorização da Doutrina Social da Igreja, afirma o bispo emérito de Angra

Lisboa, 12 out 2018 (Ecclesia) – A canonização de Paulo VI é para o D. António de Sousa Braga um sinal da Igreja católica para lembrar a importância da “Doutrina Social da Igreja”.

“É uma maneira de fazer compreender de que a Igreja não cumpre a sua missão hoje se não promover a ação social dentro da sua doutrina”, afirma à Agência ECCLESIA o bispo emérito de Angra, relembrando a marca de quem o ordenou sacerdote.

Foi no dia 17 de maio de 1970 que, juntamente com 279 diáconos, D. António de Sousa Braga se prostrou na Praça de São Pedro e foi ordenado padre numa manhã de Pentecostes, com chuva “miudinha”, marcando no seu ministério sacerdotal a presença do Espirito Santo.

“Eu nunca me esquecerei essa chuvinha porque parecia ser, e nos acolhemos como um sinal da presença do espirito do Senhor no nosso ministério. Recordámos que somos chamados ao ministério com a força do Espirito Santo que Jesus enviou e continua a enviar. Isto marcou-nos como grupo”, recorda.

Dos 280 diáconos ordenados, por ocasião da celebração das bodas de ouro sacerdotais de Paulo VI, alguns ainda se reúnem para assinalar a data e recordar as palavras do futuro santo na missa da ordenação naquela manhã.

Entre os que foram ordenados por Paulo VI persiste o ponto de referência do Concílio Vaticano II, acontecimento de reforma na Igreja católica entre 1962 e 1965, que o então Papa procurou levar a todo o mundo.

“Ele foi o Papa que procurou abrir caminho à aplicação do concílio na Igreja. Foi difícil porque foi muito criticado”, relembra o bispo emérito de Angra.

Hoje, assegura, é importante a Igreja católica reconhecer “o empenho que Paulo VI teve na reforma da Igreja” e a canonização é esse “reconhecimento”.

“A Igreja quer dizer-nos que não basta a celebração dos sacramentos, é necessário promover aquilo que chamamos a Doutrina Social da Igreja na sociedade, caso contrário, não está a ser luz e fermento que transforma a sociedade”.

D. Óscar Romero e o Papa Paulo VI vão ser canonizadas pelo Papa Francisco no próximo domingo; o programa 70×7 desse dia e o programa na Antena 1 mostram testemunhos da vida e obra destas duas figuras da Igreja.

LS

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Agência ECCLESIA

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