Campo vocacional preocupa Viseu

Falta de sacerdotes, pastoral familiar, atenção aos jovens e compromisso dos leigos marcam relatório de D. Ilídio Leandro No ano que passou, a diocese de Viseu atingiu um “mínimo histórico” no campo vocacional. Em declarações à Agência ECCLESIA D. Ilídio Leandro, bispo local, confessou algumas preocupações citadas no relatório enviado a Bento XVI a propósito da visita «Ad Limina», de 3 a 12 de Novembro. Esta diminuição do número de candidatos ao sacerdócio é notória, “tivemos zero alunos em Teologia e quatro no Seminário Menor”. É nos campos “mais difíceis” que “tenho semeado mais” – sublinha. Para além deste aspecto, D. Ilídio Leandro realça que Viseu “também sente dificuldade no campo juvenil” e “anunciar Cristo aos jovens”. As Famílias são outro campo que merece destaque no documento enviado para Roma. “A Pastoral Familiar causa-nos muitas inquietações”. E avança: “Cerca de 50% dos casamentos não são feitos na Igreja”. O anúncio aos leigos e a necessária corresponsabilidade destes na Igreja também preocupam a igreja Viseense. “Não encontrámos ainda uma forma de os comprometer e de lhes dar o espaço que eles devem ter na Igreja” – declarou o prelado. Alguns padres “estão receosos” e “não sabem o que fazer com os leigos”. Embora sejam cada vez menos padres, os leigos “vêem os seus lugares ocupados pelos padres”. A vida comunitária na Igreja é essencial. Apesar das dificuldades “estamos com confiança no futuro” – indica o bispo de Viseu. De Bento XVI “esperamos palavras de esperança”. Com 22 capítulos e vários anexos, o relatório enviado tem cerca de 80 páginas. Na elaboração do documento, D. Ilídio Leandro consultou os vigários episcopais. Estes trabalharam com uma socióloga para analisar os dados. Um processo moroso que envolveu muita gente. “Fizemos um trabalho de síntese” mas “não falei com outros bispos” – disse. E avança: “foi uma lacuna minha”. Os bispos que estão há menos de dois anos nas dioceses estão “dispensados ou não são obrigados de fazer o relatório” – contou. Mesmo sabendo desta possibilidade, D. Ilídio quis fazer este trabalho para “melhor programar a pastoral da diocese”.

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