Carlos Figueiral Azevedo descobriu os caminhos há mais de dez anos, peregrinou e escreveu um livro
Lisboa, 26 jul 2019 (Ecclesia) – Carlos Figueiral Azevedo percorreu vários caminhos com destino a Santiago de Compostela, uma experiência onde se pode «desintoxicar e sair mais humano».
“Deixamo-nos intoxicar por questões que não merecem o tempo nem o investimento que fazemos nelas e o caminho faz-nos perceber o que nos é abundante, o amor, a família, o trabalho, até o oxigénio… ali somos convidados a refletir e saímos de lá mais humanos; mais convertidos numa experiência humana extraordinária, quer ao nível físico e espiritual, talvez o maior ensinamento que o Homem tem nos caminhos de Santiago”, disse em declarações à Agência ECCLESIA.
O autor da obra “Os nove caminhos de Santiago de Compostela”, recentemente lançado pela Paulinas Editora, recorda os itinerários que o levaram a Santiago, desde o caminho “português, o francês, o aragonês, o do norte, da prata, o sanabrês, o primitivo, e o de Finisterra”.
“O que mais me tocou é o mítico caminho, o francês, pela altura que fiz, talvez, e fiz três vezes. Agora está muito diferente… Mas pelo simbolismo e as vivências que fiz no caminho é o mais extensamente narrado no livro. Naquele período não estava tão massificado como hoje e usufruí de um conjunto de vivências que não sei se hoje é possível viver na sua plenitude”, adianta.
Carlos Figueiral Azevedo é diretor comercial de uma instituição bancária e quando descobriu os caminhos de Santiago, há mais de 10 anos, “não conhecia nada”, surgiu uma grande curiosidade e fez o caminho português pela sua proximidade, “e por ser o mais confortável, afinal o caminho português é nosso vizinho”.
Nas várias vezes que fez o caminho o que mais marcou este peregrino foi o caminho primitivo.
“Parti de Oviedo e ia a parar constantemente, a ver e observar tudo, as cerejas, as vacas, os sons e fiz paralelismo com o caminho francês… e, a partir daí, pareceu-me que fazia todo o sentido ser o ‘caminho dos reencontros’, eu nunca tive tão presente os outros caminhos e este fiz muito lentamente, pelo interior da natureza e passa-se em sítios a roçar o imaculado, a natureza, numa pura sedução, uma inspiração total”, destaca.
E porque o seu livro fala em “nove caminhos”, Carlos Figueiral Azevedo revela o nono caminho, aquele que fala do “que se traz do caminho para a vida”.
“A natureza tem um código próprio no silêncio da própria natureza, e que alguma vez já experimentámos esse silêncio, isso dá um refrescamento na vida… Os caminhos têm uma cumplicidade com a natureza, porque se passa muito tempo dentro dela”, precisa.
Na sua conversa com a Ecclesia Carlos Figueiral Azevedo acrescenta ainda que cada caminho é um “convite ao peregrino a refletir o mais importante na sua vida, o que lhe dá a sua felicidade, e ali há tempo para isso, para olhar os pormenores”, conclui.
Os programas de rádio Ecclesia, na Antena 1, tiveram o mote dos caminhos de Santiago de Compostela e ficam disponíveis aqui.
SN