Sequestro acontece três dias depois do assassinato de um jovem sacerdote
Lisboa, 27 nov 2018 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informa que este sábado foram sequestros dois sacerdotes e um seminarista, em Muyenge, três dias depois do assassinato do padre Cosme Ombato Ondari, de 30 anos.
“Estes incidentes fizeram soar os sinais de alarme de que pode estar a eclodir de facto uma onda de violência contra a Igreja nos Camarões, país que atravessa uma grave crise entre Governo e separatistas de língua inglesa”, alerta a fundação pontifícia, a respeito de uma semana marcada por “atos de extrema violência” no país africano.
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, a AIS informa que os padres Claretianos – Jude Thaddeus Langeh Basebang e Placide Muntong – e o seminarista foram sequestrados no sudoeste, quando se dirigiam para uma missão de evangelização, onde predomina a população de língua inglesa.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre dá conta de outros assassinatos, como do seminarista Gérard Anjiangwe, de 19 anos de idade, no início de outubro; no dia 23 do mesmo mês do missionário cristão norte-americano Charles Wesco da Igreja Baptista; e a 20 de julho o padre Alexander Sob Nougi, pároco em Bomako.
A Conferência Episcopal dos Camarões já condenou “a violência desumana, cega, monstruosa e a radicalização das posições”, nas regiões de língua inglesa, pedindo “uma mediação para se sair da crise e poupar o país” a uma “guerra civil inútil e sem fundamento”.
A fundação pontifícia, que apresentou recentemente o relatório sobre liberdade religiosa no mundo (2016-2018), informa que nos Camarões 59,4% da população é cristã, 20,2 são muçulmanos e 19,3% de religiões tradicionais.
CB/OC