D. Arlindo Furtado acredita que decisão do Papa ajudará Igreja Católica a crescer no arquipélago lusófono
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 14 fev 2015 (Ecclesia) – O novo cardeal cabo-verdiano, D. Arlindo Furtado, disse hoje no Vaticano que se deseja a criação de uma terceira diocese católica no arquipélago, o que permitira instituir uma conferência episcopal própria, mas evita fazer previsões quanto a essa decisão do Papa.
“Isto poderá vir a acontecer a seu tempo, não temos pressa nesse sentido, não há nenhuma pressão”, referiu à Agência ECCLESIA, durante a sessão de cumprimentos que decorreu esta tarde, horas depois do consistório em que foi criado cardeal pelo Papa Francisco.
O bispo de Santiago admite a necessidade de “reforçar o clero diocesano e as condições de autossustentabilidade das dioceses”, mas mostrou a convicção de que “a seu tempo as coisas acontecerão”.
“As coisas crescerão: éramos só uma diocese [Santiago] e apenas em final de 2003 foi criada a segunda diocese [Mindelo], não temos pressa em esperar o tempo necessário”, insistiu.
Uma Conferência Episcopal congrega bispos do mesmo território ou de territórios próximos, funcionando como
No caso de Cabo Verde, a atual conferência que integra as duas dioceses católicas alarga-se a
D. Arlindo Furtado afirma, por isso, que “não há dúvidas” da utilidade de instituir uma Conferência Episcopal Cabo-verdiana.
“Ninguém põe isso em causa, mas não vale a pena forçar. No momento próprio, isso há de acontecer”, defende.
A última conferência episcopal lusófona a ser instituído foi a de Timor-Leste, em 2012, dois anos depois de o agora Papa emérito Bento XVI ter criado uma terceira diocese no país, a de Maliana, que se juntou a Díli e Baucau.
O cardeal africano disse depois aos jornalistas que vê no Papa um homem capaz de integrar as “periferias” e que a Igreja “tinha necessidade deste movimento”.
O bispo de Santiago apontou como principais “desafios” da Igreja Católica em Cabo Verde o combate à pobreza, o crescimento das seitas e necessidade de formação pastoral dos leigos.
“A nomeação de um cardeal cabo-verdiano faz-nos crescer na consciência das nossas responsabilidades de continuarmos a trabalhar seriamente na construção de uma Igreja sólida, missionário, capaz de, como no passado, contribuir para a evangelização de outros territórios”, concluiu.
OC