Lisboa, 26 Jan (Ecclesia) – O novo bispo do Mindelo (Cabo Verde), D. Ildo Fortes, revelou-se surpreendido com a nomeação de Bento XVI, confessando estar à espera de regressar a Lisboa, depois de três anos de missão.
“Acolho (a nomeação, ndr) com profunda humildade. Sabem que sou padre de Lisboa, estava numa missão de três anos, este era o último ano e já estava a fazer as malas para voltar à base”, referiu o futuro bispo cabo-verdiano à RR.
A decisão do Papa foi publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, a 25 de Janeiro, e coloca um ponto final ao vazio criado desde Julho de 2009, devido à transferência de D. Arlindo Gomes Furtado para a diocese de Santiago de Cabo Verde.
O novo bispo era, até agora, chanceler da diocese do Mindelo e responsável pela paróquia de São Vicente, na ilha com o mesmo nome, no noroeste do arquipélago africano.
D. Ildo Augusto dos Santos Lopes Fortes nasceu a 13 de Dezembro de 1964, na ilha do Sal, Cabo Verde, tendo feito o seu percurso de preparação para o sacerdócio nos seminários de Caparide, de Almada e dos Olivais.
A sua ordenação sacerdotal aconteceu a 29 de Novembro de 1992, passando depois por várias paróquias da diocese portuguesa e do Mindelo, neste caso em duas experiências como missionário «fidei donum» (2005-2007 e de 2008 até hoje), ou seja, enviado pela diocese de Lisboa.
O novo bispo admite que os problemas da diocese são muitos, entre eles o desemprego e a criminalidade.
“O nível de desemprego é enorme. Estamos a atravessar um nível de insegurança nunca antes visto. As pessoas têm medo de andar na rua porque a criminalidade tem crescido a um nível tão grande”, refere.
“Faltam casas, condições dignas, são muitos os pobres, muitos os desempregados. Temos uma sociedade um bocadinho complicada e a Igreja tem aqui um papel a desempenhar”, acrescenta.
A diocese de Mindelo foi criada em 2003, por João Paulo II, englobando 166 mil habitantes (149 mil católicos, segundo o Vaticano).
RR/OC