Cabido da Sé de Braga recebe estatuto de utilidade pública

O Cabido da Sé e a Associação Humanitária Habitat receberam ontem das mãos do governador civil de Braga os diplomas referentes à atribuição do estatuto de utilidade pública. Um acto simbólico, mas cheio de significado que, segundo Fernando Moniz, premeia duas instituições que «desenvolvem actividades de grande mérito em diferentes áreas e cujo trabalho deve ser publicamente reconhecido». Na cerimónia realizada no Palácio dos Falcões, Fernando Moniz mostrou-se disponível para ser parceiro das duas instituições. «A Associação Habitat desenvolve um trabalho voltado para aqueles que mais precisam, mobilizando vontades, num exemplo de cidadania que é importante aplicarmos no distrito», disse. Quanto ao Cabido da Sé de Braga, o governador salientou o trabalho realizado na «preservação dos valores e na projecção da cidade», nomeadamente através da realização das Solenidades da Semana Santa. Para o Deão da Sé de Braga, a atribuição do estatuto de utilidade pública é fundamental para o Cabido. «Até agora pedíamos e não tínhamos nada para dar. A partir deste momento temos para dar a todos quantos nos ajudarem as contrapartidas financeiras que este estatuto permite», frisou. O Cón. Pio Alves de Sousa explicou que o recurso à sociedade civil é imprescindível para fazer frente aos custos financeiros, lembrando o recente investimento realizado com a ampliação do Tesouro-Museu da Sé. «Apesar da comparticipação do Programa Operacional da Cultura, o Cabido acabou por assumir uma dívida de largas centenas de milhares de euros que não vamos conseguir liquidar sem a colaboração da sociedade civil» – argumentou. Instituição secular com provas dadas O cón. Pio Alves de Sousa lembrou que o Cabido da Sé é uma instituição secular com provas dadas nos planos religioso, patrimonial e cultural. Segundo referiu, o cuidado com o património tem sido especialmente tido em conta ao longo das últimas décadas, o que tem implicado uma colaboração recíproca com as diferentes instâncias que tutelam os monumentos. «Nalguns casos e ainda mais nos últimos tempos, devido às dificuldades financeiras que o país atravessa, temos tido a possibilidade de cooperar financeiramente, umas vezes com fundos próprios, outras com o recurso a sociedade civil», acrescentou. O Deão da Sé lembrou que, apesar dos «enormes cuidados com a manutenção», a Sé continua a ter frentes de intervenção urgentes às quais não é possível dar resposta por falta de meios. Cón. Pio, que ofereceu ao governador civil um kit com material promocional e com a programação das Solenidades da Semana Santa, sublinhou também o trabalho cultural realizado pelo Cabido, concretamente de recepção aos turistas. Dever de cidadania e solidariedade Para o presidente da direcção da Associação Humanitária Habitat, a atribuição do estatuto de utilidade pública representa o culminar de onze anos de «bons serviços prestados à comunidade» e o reconhecimento por parte do Governo. José Cruz Pinto salientou que o estatuto atribui à Habitat ainda mais responsabilidades para continuar a ser útil à comunidade. O presidente da Habitat pediu o apoio do Governo Civil para continuar a atenuar as carências sociais no âmbito da habitação e para incrementar a actividade da associação junto das famílias de baixos recursos financeiros. «Fazemos casas, mudamos vidas, damos esperança e fomentamos a participação cívica no dever de cidadania e da solidariedade social», disse. A Habitat foi fundada em Braga em 1996 e tem como objectivo ajudar a resolver os problemas habitacionais de famílias carenciadas, tendo já ajudado agregados em diversas localidades do concelho.

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