Esperança da quadra natalícia é a proposta que passa pelas atividades nas paróquias
Viseu, 17 dez 2020 (Ecclesia) – A celebração do Natal na Diocese de Viseu vai ficar marcada pela ausência dos emigrantes da região, cujo regresso nesta quadra é habitualmente uma motivação para a realização das tradições natalícias.
“Os emigrantes deslocaram-se para outros países, mas não perderam a ligação à terra, aos costumes e tradições locais. Pelo contrário: quando regressam, procuram avivar, apoiar e motivar e sua ausência vai fazer com haja menos motivação para realizar essas tradições”, disse o padre Virgílio Rodrigues.
O sacerdote da Diocese de Viseu, pároco na zona de Santa Comba Dão e membro do Conselho Pastoral Diocesano, foi o convidado da rubrica “Cabaz de Conversas”, que a Agência Ecclesia publica ao longo das semanas do Advento, referindo o impacto da ausência da comunidade emigrante na vivência das tradições do Natal, este ano.
“Como havia o regresso de muitos emigrantes, eles reforçavam e davam um alento a essas tradições. Não estando e não se realizando como era costume, perde-se o impacto visual das tradições das celebrações do Natal nas aldeias”, afirmou.
O padre Virgílio Rodrigues referiu que, pelas aldeias, as pessoas dizem que os familiares, este ano, não os visitam por ocasião do Natal por causa dos “receios normais” e pelas incerteza das indicações que podem ter ao regressar aos países onde trabalham, nomeadamente a Suíça, França, Alemanha e Luxemburgo.
O sacerdote lembrou que as indicações das autoridades de saúde “limitam um bocadinho a celebração do Natal envolvido por essas tradições” e disse que é necessário “ser criativos”.
“Nós temos de ser criativos e a melhor maneira de enfrentarmos as circunstâncias boas ou menos boas é encarar a realidade como ela é, com a esperança iluminada pela luz do Natal”, afirmou.
O padre Virgílio Rodrigues referiu também as atividades propostas a toda a Diocese para o tempo do Advento, a partir do lema “Batizado, alimenta-te na esperança”, que enquadra o Ano Pastoral, nomeadamente a construção progressiva do presépio nas famílias, desafiadas também a fazer um mealheiro solidário para a elaboração de um cabaz a oferecer a pessoas que precisam de ser ajudadas.
O membro do Conselho Pastoral Diocesano disse que a pandemia “condicionou um bocadinho” a concretização das atividades propostas para o Ano Pastoral, mas “não impediu totalmente”, porque estão a ser realizadas respeitando as normas de segurança, e foi uma forma das pessoas “despertarem e não ficarem só confinadas ao seu espaço”.
O padre Virgílio Rodrigues perspetiva a celebração do Natal com “as limitações que as circunstâncias exigem”, sem “algumas tradições que têm um impacto visual forte”, como é o momento de encontro após a Missa do Galo, ao redor de uma “grande fogueira” onde as pessoas “conversavam, cantavam e era uma forma de prolongar a noite para se abrir à esperança de um novo dia”.
As 21 dioceses de Portugal estão a participar na iniciativa da Agência ECCLESIA “Cabaz de Conversas” para partilhar tradições que marcam a celebração do Natal em cada região, assim como a sua preparação, e, entre todas e com os colaboradores da Agência Ecclesia, fazer um cabaz de Natal para entregar à comunidade das Irmãs Dominicanas do Rosário, situada nas proximidades da Conferência Episcopal Portuguesa, que depois o distribui pelas 100 famílias que apoia habitualmente.
PR