Terroristas do Boko Haram são apontados como responsáveis pela violência na região
Lisboa, 15 fev 2022 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alertou, em comunicado, para ataques de jihadistas contra um seminário no Burquina Faso, onde ameaçaram de morte os jovens estudantes.
“Cerca de três dezenas de jihadistas armados atacaram o seminário menor de Saint Kisito de Bougui, na semana passada, durante a noite de 10 para 11 de fevereiro. Destruíram equipamento e instalações, causando elevados danos materiais e ameaçando de morte os jovens cristãos, exigindo que abandonassem de vez o local”, refere uma nota da AIS, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
A fundação pontifícia cita fontes locais, acrescentando que os jihadistas destruíram um crucifixo que se encontrava no edifício.
“O ataque causou natural pânico entre a população, levando à fuga de muitas pessoas para outros lugares considerados como mais seguros”, acrescenta a AIS.
O seminário está situado a cerca de dez quilómetros da cidade de Fada N’Gourma, sede da diocese com o mesmo nome.
O ataque durou cerca de uma hora, tendo os jihadistas queimado dois dormitórios, uma sala de aulas e um veículo; outro veículo, ao serviço do seminário, foi roubado.
O bispo diocesano, D. Pierre Claver Yenpabou Malgo, visitou o local logo na sexta-feira, tendo-se encontrado com os jovens estudantes e os seus familiares.
A Fundação AIS informa que os 146 seminaristas estão em casa, junto das suas famílias, aguardando a evolução dos acontecimentos.
Após uma audiência com o Papa, a 11 de outubro do último ano, o cardeal Phillipe Ouèadraogo, arcebispo de Ouagadougou, classificou como “dramática” a situação na região, acusando os terroristas do Boko Haram de serem responsáveis pela violência contra as populações.
A AIS alertava, em 2020, que os grupos jihadistas estavam a transferir do Médio Oriente para a região do Sahel o plano para a edificação de um ‘Califado Islâmico’, que visa “eliminar todos os vestígios do Ocidente na região”.
OC